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2º Seminário sobre Poluição do Ar & Saúde Humana será realizado nesta quinta

A poluição do ar é um problema de saúde pública e oferece riscos à saúde da população, especialmente das crianças. Partindo desse pressuposto, a ONG Juntos SOS ES Ambiental e o Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) realizam, nesta quinta-feira (6), o 2º Seminário sobre Poluição do Ar & Saúde Humana. 

O evento faz parte do Ciclo de Palestras em Qualidade do Ar em Ambientes Urbanos e acontece a partir das 16h no auditório da Engenharia Mecânica, no CT-III do campus de Goiabeiras da Ufes. 

Serão apresentados os resultados preliminares de dois estudos, que começaram há quatro anos e são inéditos, não só no Estado, como também no Brasil. 

A primeira palestra, “Estudo Temporal de Dispensação de Medicamentos para Infecções Respiratórias para a População do Município de Vitória”, será ministrada pelo professor do Instituto Federal do Estado (Ifes), Paulo Roberto Prezotti Filho, doutorando no Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental da Ufes. 

A segunda será da médica, professora da Emescam e também doutoranda em Engenharia Ambiental, Faradiba Sarquis Serpa, com o tema “A Influência da Qualidade do Ar na Função Pulmonar de Crianças e Adolescentes”.

Ambas as palestras abordarão as pesquisas de doutorado que estão na fase final de realização, sob coordenação do professor Dr. Valderio Anselmo Reisen, do Núcleo de Qualidade do Ar da universidade. “Temos o reconhecimento científico desses trabalhos por meio de publicações em periódicos no exterior”, informa Valderio. 

O trabalho de Paulo Roberto utiliza a dispensação – ato farmacêutico de distribuir um ou mais medicamentos a um paciente em resposta a uma prescrição elaborada por um profissional autorizado – de antibióticos como um indicador dos efeitos da poluição do ar na saúde humana. 

Paulo utilizou um modelo estatístico inovador, o Pinar Sazonal, para fazer uma análise da série temporal do número de pessoas que receberam antibiótico para o tratamento de doenças respiratórias do sistema público de saúde do serviço de emergência em Vitória.  “A doença respiratória está fortemente correlacionada aos níveis de poluição do ar e condições climáticas”, ressalta Valderio. 

Na pesquisa de Faradiba, foi realizado um estudo longitudinal para avaliar os efeitos dos poluentes atmosféricos em desfechos clínicos e parâmetros de função pulmonar de crianças e adolescentes do município de Vitória. 

“Observamos que a exposição aos poluentes atmosféricos provocou redução em parâmetros de função pulmonar de crianças e adolescentes, mesmo dentro dos limites estabelecidos pelas agências regulatórias e pela OMS [Organização Mundial de Saúde]”, conta o orientador.  

Valderio diz que a Ciência já reconhece que “as emissões geradas por indústrias e veículos são as principais causas de hospitalizações e óbitos por doenças respiratórias”, mas que identificar mais precisamente “os efeitos dos poluentes no sistema respiratório, isoladamente e em associação, é um desafio e os estudos têm limitações devido à variabilidade de resposta individual, a presença de doenças pré-existentes, aos fatores socioeconômicos, à exposição a poluentes intradomiciliares e ao tabaco”.  

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