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Em defesa da cachoeira

Grupo se reúne em Piapitangui, Viana, para conscientizar visitantes sobre a importância da preservação do entorno

Divulgação

Localizada na região rural de Viana, Piapitangui possui uma das cachoeiras mais próximas da região metropolitana da Grande Vitória. A beleza natural do local tem atraído muitos visitantes, e por isso, um grupo de moradores e frequentadores iniciou uma campanha de conscientização e respeito à natureza e à comunidade.

Organizado desde outubro deste ano, a partir das plataformas digitais, o grupo Conscientiza Piapitangui, formado por pessoas da comunidade e externas, realizou no último fim de semana sua primeira atividade presencial no local. Ao transitar pela região do rio, cachoeira e quedas d’ água, primeiro foi realizada a coleta do lixo deixado nas trilhas por visitantes, além de distribuídos sacos de lixo para que os turistas juntem seus resíduos para dar uma destinação adequada, incentivando que os mesmos, ao voltarem para suas casas, também recolham o lixo que encontrem pelo caminho. Da coleta realizada, foi encontrada pelo grupo até uma tartaruga morta.

Os pequenos mutirões são uma das principais estratégias para promover a conscientização de visitantes sobre a importância do respeito ao entorno, tanto à natureza quanto à comunidade, evitando a poluição física, sonora e visual. “Dá esperança ver gente que está a fim de colaborar. Quando se chega numa comunidade rural, é bom cumprimentar as pessoas, respeitar o lugar, a energia dele”, diz o artista Piatan Lube, um dos articuladores do movimento. O lixo deixado, as caixas de som em alto volume e os graffitis nas pedras são questões que o grupo quer tratar por meio do diálogo feito aos poucos com quem frequenta junto à comunidade.

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Ele explica que o turismo na região não é organizado e não tem tanta relevância financeira para a comunidade, de modo que apenas poucos proprietários que possuem terras e empreendimentos no acesso às cachoeiras conseguem algum benefício. “Mas o impacto em outros sentidos é grande, a comunidade sente esse movimento de gente entrando e saindo. Além disso, esse movimento traz a valorização dos terrenos e alguns proprietários têm desmatado determinadas áreas”, explica.

Para ele, é importante organizar o turismo para que ele seja uma força para a comunidade inteira e uma das alternativas seria a criação na região de uma área de preservação permanente (APP), garantindo a proteção da natureza e das águas contra um possível avanço desordenado urbano e proporcionando maior conhecimento sobre o local e suas espécies, além de organizar melhor o uso e acesso por parte dos turistas. “Um dos maiores desafios é estar muito perto da cidade e manter firme os princípios rurais”, alerta Piatan, um dos proprietários do Sítio Terra Mãe, que estimula a agroecologia e práticas ecológicas.

Ele enxerga grande potencial para a agricultura ecológica na região, que é próxima da área metropolitana e está muito perto da Central de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa). “É preciso gerar projetos que geram sustentabilidade, renda e qualidade de vida para quem mora aqui, para que não queira vender suas terras e cultive cada vez mais alegria e esperança de viver num lugar tão gostoso que é a roça”, afirma o artista.

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