Domingo, 05 Mai 2024

Impactos do eucalipto são debatidos em audiência pública em Ecoporanga

Impactos do eucalipto são debatidos em audiência pública em Ecoporanga
Os impactos da monocultura do eucalipto foram discutidos em audiência pública na Câmara de Ecoporanga (noroeste do Estado), na manhã desta sexta-feira (20). Principal responsável pela degradação na região, a Aracruz Celulose (Fibria) não compareceu ao evento. 
 
Desde segunda-feira (16), o município tem uma lei que regulamenta esses plantios, determinando que somente áreas degradadas poderão receber o eucalipto. Define ainda padrões de percentagem para as áreas ocupadas pela monocultura, conforme o tamanho total do território. Desta forma, propriedades com maior extensão terão uma porcentagem cada vez menor disponibilizada ao eucalipto: propriedades de até 300 hectares poderão ter 50% de sua área ocupada; de 300 a 500 hectares poderão ter até 30%; de 500 a 1000 hectares, 15%, e assim regressivamente. 
 
Valmir Noventa, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), ressaltou os problemas causados às terras pelo modelo do agronegócio, sobretudo da monocultura intensiva e do uso indiscriminado de agrotóxicos e fertilizantes, em oposição ao modelo da agricultura familiar, que visa à produção de alimentos saudáveis, sem agrotóxicos, e a manutenção de pequenas propriedades com cultivos variados.
 
Além dos movimentos sociais do campo e da Via Campesina, que solicitaram a audiência, o Instituto Estadual de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf); o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) enviaram representamtes. 
 
O extremo norte e região noroeste do Espírito Santo sofrem há anos com a seca provocada pela monocultura do eucalipto. O uso de agrotóxicos e a pecuária extensiva também são problemas na região, que tem constantes interrupções no abastecimento de água para populações rurais e urbanas.
 
Nas últimas semanas, um debate em torno de um projeto de lei que aumentava a área do plantio de eucalipto de 15 para 25% no município de Montanha terminou com vitória para os movimentos sociais contrários ao PL, que foi retirado da pauta da Câmara de Vereadores. No dia em que o projeto seria votado, uma mobilização de 500 militantes da Via Campesina fez com que a sessão fosse suspensa.
 
Mais de 17 mil hectares foram arrendados do Grupo Simão pela Aracruz Celulose nos municípios de Montanha, Pinheiros, Ponto Belo e Mucurici. Outras 14 fazendas, totalizando seis mil hectares, foram arrendadas pela Suzano Papel e Celulose.

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