Segunda, 29 Abril 2024

Jurong: reunião entre moradores e empreiteiras é adiada mais uma vez

Jurong: reunião entre moradores e empreiteiras é adiada mais uma vez

A reunião marcada para esta sexta-feira (21) entre os moradores da Barra do Riacho, em Aracruz, norte do Estado, e as empreiteiras contratadas pela Jurong foi mais uma adiada, devido à impossibilidade de comparecimento das empresas. A nova reunião será realizada na próxima terça-feira (25) e, se não houver acordo sobre as condições de trabalho exigidas pela comunidade nas obras do Estaleiro Jurong de Aracruz (EJA), os protestos serão retomados. Uma nova paralisação, que estava marcada para esta sexta-feira (21), após a reunião, foi cancelada.



Os moradores exigem que as empreiteiras cumpram com o previsto no licenciamento da obra: contratação mínima de 80% de mão de obra local para o desenvolvimento e funcionamento do projeto. A principal reivindicação é para que as empresas façam o devido aproveitamento da mão de obra diretamente impactada pelo estaleiro, a maior prejudicada com os problemas sociais e ambientais acarretados pela instalação do empreendimento.



Os moradores da região da Barra do Riacho fizeram um protesto na última semana, quando fecharam a pista da rodovia ES 010, no trecho entre Barra do Sahy e Barra do Riacho, na altura do quilômetro 60, impedindo o acesso às obras do estaleiro. A Jurong enviou aos manifestantes um comunicado por escrito no qual propunha uma reunião no outro dia, quando os representantes da Jurong afirmaram interferência do governo do Estado nas contratações, por meio do programa Emprego Certo.



Na reunião realizada com as empreiteiras na última terça-feira (18), como retratou Herval Nogueira Junior, presidente da Associação dos Amigos da Barra do Riacho, apenas as empreiteiras que realmente contratam a mão de obra local estiveram presentes. Para Herval, a Jurong age com falta de respeito e irresponsabilidade em relação às comunidades mais atingidas pelo empreendimento. Ele destaca que os moradores do distrito não rechaçam o emprego de trabalhadores de outras regiões, mas a comunidade de Barra do Riacho já sofre os impactos ambientais e sociais diretos da construção do estaleiro e os empregos deveriam se destinar justamente aos mais atingidos pela chegada do empreendimento. Além disso, os moradores querem ser empregados nas áreas para a qual possuem qualificação.



Desde 2010, a região da Barra do Riacho recebe trabalhadores de diversas partes do País, atraídos pelas promessas de emprego oferecidas pela Jurong e pela Petrobras na região. Os que não foram contratados pela Petrobras, ficaram no município, como uma população flutuante, aguardando os serviços da Jurong. Enquanto isso, os trabalhadores locais não são absorvidos, o que gera um grande problema social. Mesmo os contratados, são utilizados somente na fase de obras.



As populações tradicionais e os moradores que viram o avanço da construção do estaleiro já notam o aumento da criminalidade, a superlotação do sistema de saúde e de educação, e uma série de outros problemas sociais na região. Herval destaca que, embora a população da Barra do Riacho seja a maior atingida pelo estaleiro, todos os recursos que a empresa leva ao município são empregados nas estruturas da sede de Aracruz, que fica a 26 quilômetros do local de implantação do empreendimento. 



No dia 3 de abril, a comunidade fará uma reunião com o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) para rediscutir o que foi definido como região de impactos diretos do estaleiro em seu Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima). Segundo Herval, até mesmo o município de Fundão foi incluído como área de impacto direto do estaleiro.

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Terça, 30 Abril 2024

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