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ONG cobra apuração rigorosa sobre morte de peixes no Rio Santa Maria

Foto Leitor

A Organização Não Governamental (ONG) Juntos SOS ES Ambiental reforça cobranças às autoridades acerca da mortandade anormal de peixes no Rio Santa Maria da Vitória e na baía de Vitória, verificada nos últimos dias. A entidade encaminhou ofícios ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

No caso do Iema, a ONG direcionou o ofício ao diretor-presidente da entidade, Mário Louzada, indicando a necessidade de coletar amostras da água e fazer análises com base em uma série de substâncias – conforme especificação, segundo o ofício, do biólogo marinho e ictólogo Anderson Batista, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

“Por enquanto, não se pode descartar nada e nem confirmar nada sobre as causas dessa situação”, comentou Eraylton Moreschi, presidente da Juntos SOS ES Ambiental, em contato com Século Diário.

A coleta foi feita pelo órgão estadual nessa quinta-feira (29), mesmo dia de protocolo dos ofícios, após vistoria acompanhada de pescadores, quando também foram mapeados os locais onde houve maior registro de peixes mortos. “Essa é uma análise mais conclusiva, realizada por laboratório, para nos ajudar a averiguar qual a causa dessa mortandade de peixes, afirmou Mário Louzada. 

O Iema informa que também foram verificadas as empresas da região, mas não foram encontrados indícios de contaminação, e que mediu ainda a oxigenação, a temperatura e a condutividade da água, que se encontram dentro da normalidade.

Os pescadores acreditam, porém, na possibilidade de dano ambiental causado pela empresa RG Centro Logístico, que teria feito um aterro com Revsol às margens do Rio Santa Maria, sendo que foi identificado o despejo de uma substância líquida no curso hídrico. “Se fosse só poluição, era para aparecer peixe morto todo dia”, afirma Valquírio Sampaio Loureiro, pescador da Colônia de Pesca Z-5.

Na segunda-feira (26), o Iema chegou a informar que não encontrou evidências do problema relatado, alegando que os vídeos dos pescadores eram datados do último dia 21. Entretanto, após protesto na Rodovia do Contorno nessa quarta-feira (28), a autarquia realizou reunião na Ilha das Caieiras com os trabalhadores – da qual também participaram representantes da Prefeitura de Cariacica, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Civil.

A Juntos SOS também requereu a Luciano Bazoni Júnior, chefe da divisão técnico-ambiental do Ibama no Espírito Santo, “dar providências legais em acordo com o que esta estabelecido nas ações supletivas de atribuições da entidade”, de forma a “fiscalizar, responsabilizar e cobrar os poluidores da baía de Vitória, Estação Ecológica do Lameirão e Rio Santa Maria da Vitória”. A ONG já havia encaminhado pedidos de providências ao Iema e às prefeituras de Vitória e Cariacica no início da semana.

Além dos peixes, animais silvestres, como cobras, e crustáceos, como caranguejos, também foram encontrados mortos na região. Com medo de contaminação, os trabalhadores estão sem exercer seus ofícios, comprometendo as finanças domésticas.

Os trabalhadores de Cariacica e Vitória temem que a situação piore, tendo em vista o período de desova em curso e a proximidade da época da piracema dos peixes. A Estação Ecológica Ilha do Lameirão, com 891 hectares de manguezal, em Vitória, também está sob risco.

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