A possibilidade de uma aliança entre o governador Paulo Hartung (PMDB) e o deputado federal Max Filho (PSDB) pode beneficiar o intermediador do encontro entre as duas lideranças: o vice-governador César Colnago (PSDB), caso o governador cumpra a promessa feita no início de sua legislatura de abrir mão da reeleição e apoiar a candidatura de seu vice.
Colnago seria o sucessor natural de Hartung, embora o governador também esteja dando espaço a outras lideranças de sua equipe, como os secretários de Agricultura, Octaciano Neto, e o secretário de Assistência Social, Rodrigo Coelho. Mas não é tão simples como parece.
O PSDB não tem sido mais um partido tão suave ao governador como antes. Vem crescendo dentro do partido o reconhecimento de Max Filho como a liderança com mais musculatura no Estado. Desde que ingressou na sigla, pelas mãos de Colnago, o deputado federal vem trabalhando pelo fortalecimento do partido no Estado.
Max tem uma dívida de gratidão com Colnago e evita qualquer tipo de confronto interno com o vice-governador, mas o deputado federal vem trabalhando um cenário para 2018 em que pode vir a se tornar um nome em condições de disputar o governo do Estado. Para algumas lideranças, dificilmente, Max Filho enfrentaria Colnago em uma convenção interna, mas se isso acontecesse, o clima é bem mais favorável ao deputado federal do que ao vice-governador.
Esse clima de animosidade do partido com o vice-governador teve início ainda no processo eleitoral. Para muitos tucanos, a ida do partido para o palanque de Hartung atendeu ao interesse do próprio Colnago, que teria dificuldade em conquistar a reeleição para a Câmara dos Deputados com Max Filho na mesma disputa.
Com o colega de partido na prefeitura de Vila Velha, ou seja, aceitando a proposta de aliança de Hartung, Max Filho fica fora da disputa em 2018, deixando o caminho livre para Colnago tentar concretizar sua candidatura ao governo ou, na pior das hipóteses, disputar seu retorno à Câmara dos Deputados, sem ter de dividir os votos com Max Filho.
