Depois de ter cancelado no ano passado as audiências públicas nas dez microrregiões do Estado que discutiriam o Orçamento 2016, alegando necessidade de corte de despesas, a Comissão de Finanças da Assembleia divulgou nessa quarta-feira (19) o cronograma de reuniões para este ano sobre a peça Orçamentária de 2017. Serão seis reuniões, entre os dias 9 e 28 de novembro, para ouvir sugestões da população e debater o projeto de lei.
Para os meios políticos, o retorno das reuniões regionalizadas é uma forma de fortalecer alguns deputados em suas bases, levando a discussão para os municípios em que eles têm influência, com isso melhoram suas imagens com os eleitores. Além disso, o governo do Estado precisa encontrar formas de fortalecer sua própria imagem com a população.
Mesmo sabendo que as sugestões das audiências geralmente sejam acatadas. O governador Paulo Hartung (PMDB) não é muito favorável a mexidas em suas contas, mas as audiências podem subsidiar a elaboração de emendas dos deputados para a quota que é reservada à Assembleia, de R$ 1,2 milhão.
O problema é que os deputados não conseguiram emplacar sequer as emendas parlamentares do ano passado e ainda vão sofrer um corte pela metade dos recursos destinados às indicações da Assembleia. Alguns deputados considerados desafetos do Palácio Anchieta não tiveram nenhum centavo implementado em emendas.
O orçamento público previsto para o ano de 2017 é de R$ 16.192.127.881,00, cerca de R$ 850 milhões a menos que o orçamento em execução este ano. Ou seja, dois anos após seu retorno ao Palácio Anchieta, o governador Paulo Hartung ainda insiste no discurso do cofre vazio.
