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Ataques entre Rodney e Max Filho desagradam Palácio Anchieta

A resposta do secretário de Desenvolvimento Urbano do governo do Estado, Rodney Miranda (DEM), às críticas tecidas por seu sucessor na prefeitura de Vila Velha, Max Filho (PSDB), sobre a situação encontrada no município, acontecem em um momento inapropriado para o governador Paulo Hartung (PMDB), que tenta superar as crises sucessivas que afetam seu governo.
 
Quando ainda tentava se recuperar da crise na segurança pública, veio a bomba com a delação do ex-executivo da Odebrecht, Benedicto Júnior, que o envolveu no esquema de ???caixa 2??? da empreiteira. 
 
Não bastasse o momento adverso, incêndios causados por seus aliados têm causado desgastes políticos ao governador. Na região onde se concentra mais da metade dos votos do Espírito Santo, hoje Hartung, de fato, só tem mesmo o apoio incondicional do prefeito de Cariacica, Juninho (PPS). 
 
O prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), está cada vez mais firme em criar seu próprio grupo político. Audifax Barcelos (Rede) defende seus interesses de maneira mais independente. Gilson Daniel (PV), prefeito de Viana, ficou ainda mais distante do Palácio Anchieta após sua disputa frustrada à presidência da Associação dos Municípios do Estado (Amunes) por uma manobra do governo. Nesse cenário, manter a boa relação com Max Filho hoje é pra lá de estratégico, muito mais para o governador do que para o prefeito.
 
Mas o secretário Rodney Miranda parece não ter recebido o memorando. Por meio da coluna Praça Oito, de A Gazeta, desta segunda-feira (24), o secretário rebate as críticas de Max Filho à sua gestão à frente da prefeitura de Vila Velha, que vêm desde sua posse. Isso acontece depois de vários esforços do governo em desfazer qualquer rusga que tenha ficado entre o entrevero envolvendo os secretários de saúde do município Jarbas Assis, e do Estado, Ricardo de Oliveira, em uma troca de acusações via imprensa sobre atendimento no Hospital Infantil de Vila Velha. O embate causou ruídos entre o Palácio Anchieta e Prefeitura de Vila Velha, que o governador vinha tentando contornar.
 
Na segunda parte de seu mandato, Hartung tem mudado o perfil de sua equipe, fortalecendo a presença de lideranças políticas no secretariado e em cargos de confiança. O problema é que nem sempre essas lideranças falam a mesma língua. Disputaram e devem voltar a disputar votos nos mesmos colégios eleitorais e o que era uma tentativa de manter o equilíbrio de forças, hoje parece se configurar em mais um problema a ser administrado pelo governador.
 
Como Hartung teve problemas no passado com Max Filho, trouxe Rodney e Neucimar Fraga (PSD) para o governo, em uma tentativa de igualar o debate com o tucano. Mas as desavenças das lideranças não ajudam nesta construção. Da mesma forma a presença do vereador de oposição de Vitória Max Da Mata (Secretaria de Esportes) seria uma forma de conter o avanço de Luciano Rezende na Capital. Mas as ações do secretário pedetista têm causado rusgas com aliados da Assembleia, como José Esmeraldo (PMDB), que recentemente criticou o secretário de Esportes do Estado.  
 
Se na primeira metade do seu mandato Hartung tinha que lidar com a cobrança de lideranças políticas pedindo mais espaço no governo, hoje o problema do governador é apaziguar os ânimos de uma equipe de perfil político que tem agido de olho no processo eleitoral do ano que vem.

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