O lançamento da candidatura do ex-governador Renato Casagrande ao governo em evento nacional do PSB e as conversações do prefeito de Vila Velha, Max Filho (PSDB), com o presidente nacional do Podemos, senador Álvaro Dias, representam ativo combustível para aumentar a pressão no cenário político do Estado.
Embora os fatos sejam isolados e sem confirmação oficial, servem para demonstrar que a máquina política está a pleno vapor nos círculos de oposição ao governador Paulo Hartung.
O objetivo é pressioná-lo para que ele defina se é candidato à reeleição, como é dado como certo no mercado, ou se pretende ir para uma disputa ao Senado, opção vista como improvável, mas não totalmente descartada.
Os movimentos de Casagrande e Max Filho, cuja aparência pode mostrar distanciamento, na realidade se harmonizam dentro de uma visão mais ampliada em um cenário a demonstrar um governo cada vez mais isolado, embora ainda com grande concentração no controle da máquina pública.
Ao lançar o nome de Casagrande ao governo, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, demarca o território. Da mesma forma age Max Filho, ao manter articulações com o senador Álvaro Dias, sinalizando que está no jogo.
Desse modo, a tão decantada unanimidade em torno de Hartung vira coisa do passado, o que o coloca em uma situação que o obriga a uma releitura de aliados, principalmente depois da migração do ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas para o PPS, movimento que fortalece o ex-governador Renato Casagrande.
No PSDB, partido que dá sustentação à base aliada de Hartung, como nome de destaque sobram o vice-governador César Colnago e o tucano recém-emplumado, por imposição do governo, Octaciano Neto, secretário de Agricultura e candidato a deputado federal.
De saída do partido, o deputado estadual Sergio Majeski permanece no pé do governador, como único representante da oposição na Assembleia Legislativa e candidato potencial à majoritária, provavelmente o Senado.
Completa o quadro a senadora Rose de Freitas, disposta a confrontar Hartung até mesmo dentro do MDB, cujo controle dos 200 delegados é alvo de discretas investidas de ambos.