A movimentação da bancada capixaba para 2018, em meio à crise econômica e desgastes com a instabilidade política em Brasília, está voltada para a manutenção das vagas hoje ocupadas pelos dez deputados federais. Mas alguns deles vão ter mais dificuldade para conquistar suas reeleições diante da expectativa da entrada de outras lideranças no processo.
Em 2014, a chapa formada por PMDB, DEM, PSDB, SD, Pros se deu melhor: elegeu quatro deputados federais: Lelo Coimbra, Max Filho, Jorge Silva e Manato. Hoje a movimentação desses deputados deve ser diferente, pensando na ocupação dos espaços. Lelo Coimbra é líder da maioria de Temer na Câmara, mas a defesa das reformas pode não ajudar na construção da reeleição do deputado. Além disso, ele não conta mais com o apoio incondicional do governador Paulo Hartung.
Max Filho virou prefeito e sua suplente, Norma Ayub, do DEM, depende do esforço do marido, o deputado estadual Theodorico Ferraço, para conquistar sua reeleição. Ela pode ter de enfrentar o “colega” de partido Rodney Miranda, que hoje trabalha seu nome no Estado à frente da Secretaria de Desenvolvimento Urbano.
O deputado Manato é sempre uma incógnita eleitoral. Dessa vez ele tem tentado colar sua imagem na do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) para tentar conquistar o eleitorado mais à direita. Mas sua reeleição depende sempre de uma acomodação em uma chapa forte.
Jorge Silva conta sempre com o argumento de ser o único deputado federal do norte do Estado. Ele trocou o Pros pelo PHS, um partido pequeno que também depende de composição para garantir os votos necessários.
Uma chapa muito forte da eleição passada que pode vir a ser repetida na eleição de 2018 é a formada por PT e PDT. Os dois partidos elegeram três dos 10 deputados federais: os petistas Givaldo Vieira e Helder Salomão e o pedetista Sérgio Vidigal. Os partidos continuam flertando, mas há problemas de acomodação internas. No PT, Helder Salomão e Givaldo Vieira vão ter a companhia do ex-prefeito de Vitória João Coser na disputa, o que pode fechar o espaço. Deputado mais bem votado da eleição passada, Sérgio Vidigal pode ter ao seu lado na disputa pela reeleição o secretário de Agricultura Octaciano Neto. Com esse quadro a chapa pode conseguir um desempenho tão bom quanto em 2014.
Mas o PDT precisa aparar uma aresta. O partido não está disposto a encampar a candidatura do deputado estadual Josias Da Vitória, que pode vir a disputar a eleição pela Rede, com o apoio do prefeito da Serra, Audifax Barcelos.
O socialista Paulo Foletto foi eleito pela chapa PSB, PSL, PRTB, PTN, que não conseguiu eleger um segundo candidato, apesar de Vandinho Leite, então no PSB (hoje PSDB) ter sido o quinto mais bem votado. No próximo ano, há quem aposte que o ex-governador Renato Casagrande não se viabilize para disputar o governo e entre na disputa à Câmara, o que também embolaria o meio de campo.
A chapa formada por PRB, PP, PTB, PHS, PPS, PSD, PV elegeu dois deputados federais: Marcus Vicente (PP) e Evair de Melo (PV). A expectativa é de que o grupo não se repita, já os interesses de outras lideranças deve trazer novos nomes à disputa, além disso, Evair de Melo tem o secretário de Agricultura em seu calcanhar, lembrando que ambos disputarão votos nos mesmos redutos.
O PSD pode apostar nas candidaturas do secretário-chefe da Casa Civil, José Carlos da Fonseca Júnior, e do ex-prefeito de Vila Velha, Neucimar Fraga. A pressão sobre o PPS para lançar uma candidatura pode levar o “supersecretário” de Luciano Rezende, Fabrício Gandini a uma disputa federal também.
Outro nome forte para a disputa é o da ex-deputada federal Lauriete. O problema é o isolamento do PR, a vantagem é a candidatura do marido Magno Malta ao Senado. O casal aposta na lógica que uma candidatura irá puxar a outra.