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Manifestantes saem às ruas no Estado contra Governo Bolsonaro

Assim como em várias regiões do País, protestos em Vitória e no interior cobraram vacinas, lockdown e auxílio emergencial

MST-ES

Contra a retirada de direitos, as privatizações e a reforma Administrativa. A favor da vacina para toda a população, do lockdown de 21 dias e do auxílio emergencial de R$ 600,00. Essas foram as principais bandeiras de luta apresentadas neste sábado (29) por milhares de pessoas que tomaram as ruas do País para exigir o “fora Bolsonaro”, incluindo a capital Vitória e municípios do interior do Espírito Santo.

O Dia Nacional de Mobilização reuniu centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Intersindical, além de partidos políticos, estudantes e professores universitários, entre outras entidades da sociedade civil.

Em Vitória, a partir das 14 horas, os manifestantes começaram a chegar ao campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Estado (Ufes), no espaço em frente ao teatro, onde foi definido o trajeto da carreata. Os manifestantes, em carros, motos, bicicletas e a pé, saíram pela Reta da Penha em direção à Reitoria do Instituto Federal de Educação (Ifes), na avenida Rio Branco, no bairro Santa Lúcia.

Até pouco antes das 16 horas, os organizadores estimavam um cálculo aproximado de 800 carros e muita gente a pé, de moto e bicicletas. “O pessoal ainda está chegando”, ressaltou um participante, chamando a atenção para o cuidado em seguir as orientações médico-sanitárias de combate à Covid.

O diferencial do uso de máscaras, do álcool em gel e a preocupação de manter o distanciamento individual, que marcaram as manifestações deste sábado, ocorrem em oposição às movimentações promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro, que estimula a desobediência às recomendações médicas.

Nas mensagens de chamamento ao ato e na concentração na Ufes, os organizadores insistiram na observância aos cuidados estabelecidos, a fim de evitar a infecção pelo vírus. Desta vez, o ato foi presencial, com manifestações de rua praticamente em todas as unidades da federação.

No Espírito Santo, além da Grande Vitória, ocorreram manifestações em Alegre, Aracruz, Guarapari, Itapemirim e Marataízes. 

Para o ativista Rafael Primo, “a missão de combater um projeto de genocídio, nos impõe coragem e responsabilidade para encarar a difícil realidade de um país onde o governo executa um planejamento afinado de extermínio populacional através de uma crise sanitária e uma campanha de miséria e fome”.

Ele acrescentou que “não é confortável se arriscar para tentar interromper um processo cruel e triste, mas é nesse momento que devemos tirar forças de onde parece que não temos, e promover o levante”.


O advogado André Moreira, também manifestante, disse que participar da manifestação presencial, mesmo com todos os cuidados necessários, é como ir à guerra e pode acontecer que alguns sejam atingidos. “Quem vai à guerra está correndo risco, mas não podemos ser coniventes com o que está acontecendo no país, principalmente quando Bolsonaro começa a cair”, apontou.

Também participaram do ato, como divulgados nas redes sociais, a deputada estadual Iriny Lopes (PT) e as vereadoras de Vitória, Karla Coser (PT) e Camila Valadão (Psol).

Repercussão
Os movimentos contrários à gestão Bolsonaro passaram a ser mais intensos a partir de abril deste ano, com o agravamento da pandemia da Covid-19 e o descaso com que o combate é tratado pelo governo, que defende o tratamento precoce com o uso da cloroquina.

O atraso da vacinação é apontado como uma das causas do elevado número de mortes provocadas pela doença. Neste sábado, pelo menos 85 cidades brasileiras realizaram manifestações, que vão além da pandemia.

As principais capitais registraram protestos e houve casos de agressões por parte da polícia em São Paulo e Recife, onde a vereadora Liana Cirne, do PT, foi derrubada por policiais. No exterior, várias cidades também registraram protestos contra o presidente.

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