Sexta, 26 Abril 2024

Conselheira da Findes aponta atuação isolada de grupo e contesta demissões

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Arquivo Pessoal
"O que esta gestão tem feito é demitir colaboradores de carreira, competentes, para dar lugar a executivos de altos salários vindos de outros estados. Seria um acordo político?". O questionamento é da presidente do Sindicato da Indústria de Borracha e Recauchutagem de Pneus do Espírito Santo (Sindibores), Valkinéria Bussular, ao criticar as quase 300 demissões no Sistema Findes, que abriga a Federação das Indústrias do Espírito Santo, o serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o serviço Social da Indústria (Sesi).

As demissões foram anunciadas na última quarta-feira (20), com a justificativa de que houve uma "perda de receita de R$ 51,4 milhões neste ano, em função da Medida Provisória (MP) 932, que reduziu em 50% os repasses para o Sistema S (dentre eles Sesi e Senai) e também devido à queda de receitas de serviços".

Em texto publicado nesse sábado (23), no grupo privado de conselheiros do Sistema Findes, do qual ela faz parte, a dirigente sindical afirma que entende que todas as instituições, como as indústrias, estão passando por dificuldades, mas ressalva que a atual gestão funciona com um grupo isolado, que exclui conselheiros na tomada de decisões.

"O conselho da Findes não delibera sobre assuntos de Sesi e Senai, ambos têm conselhos específicos e independentes, e isso é uma fala do atual presidente [Léo de Castro] constante todas as vezes que algum conselheiro pede explicações. Como conselheira, eu não vou compactuar com isso, embora ele tenha, por manobras muito bem elaboradas, a maioria nos dois conselhos".

Segundo Valkinéria, que também falou a Século Diário, "em nenhum momento o conselho foi consultado para todas as demissões. As dessa semana foram apenas comunicadas, mas já estavam definidas, visando dividir responsabilidades". 

A conselheira do Sistema Findes sinaliza para interferência política e cita que, "desde o início a atual gestão vem adotando posturas contrárias a tudo o que foi apresentado quando Léo de Castro pediu apoio à sua candidatura, destacando a exclusão das micro e pequenas empresas e o apoio a um pequeno grupo, que não representa o industrial capixaba".

Valkinéria destaca: "Até então não foi divulgada a demissão de nenhum desses executivos de altos salários que estão tendo o privilégio de ficar em casa, apenas fazendo relatórios diários sobre a Covid- 19 e a crise financeira, relatórios esses sem conteúdo, mesmo porque a mídia mostra isso o dia todo".

No final da tarde de sexta-feira (22), o presidente do Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais e de Orientação Profissional (Senalba), Wanderci Soares Neto, ajuizou uma ação na Justiça do Trabalho, visando reverter as demissões, principalmente as de funcionários considerados estáveis.

Na atual gestão, que se encerra em julho deste ano, mais de 400 funcionários já foram demitidos. Muitos questionam se há descumprimento de sentença judicial e qual a razão para não usar a previsão legal de reduzir salários ou suspender o contrato de trabalho

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