Acompanhado por seus dois suplentes ao cargo de senador, o candidato João Coser convocou uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (24) para explicar a propaganda que tem sido veiculada no programa eleitoral do candidato a governador do PT, Roberto Carlos, envolvendo a principal adversária de Coser, a deputada federal Rose de Freitas (PMDB).
Durante a coletiva, Coser disse que estava decidido a levar a campanha de maneira propositiva e sem ataques, mas diante das acusações de Rose, resolveu esclarecer os fatos à população. O candidato se referia às críticas feitas à sua gestão na Prefeitura de Vitória e o escândalo da Petrobras envolvendo o governo Dilma, que foram usadas na propaganda da candidata do PMDB.
Ele também afirmou que Rose tem se apropriado de projetos dos governos do PT e que muda de posição conforme lhe é conveniente. “Ela mente com tanta veemência que nos dá a impressão de que ela acredita na mentira”, afirmou o petista.
As informações divulgadas no programa de Roberto Carlos levantam uma série de reportagens que relacionam Rose a escândalos da política. O material afirma ainda que a deputada se considera “meio-bruxa”. Quando perguntado sobre a necessidade de questionar as crenças da adversária, o primeiro suplente, Remegildo (PDT), saiu na defesa de Coser: “Não pode ser falsa. Não pode se colocar como se estivesse enganando os 'idiotas' dos evangélicos”.
O candidato do PT ainda questionou o caráter do suplente da adversária, o empresário Luiz Osvaldo Pastore, afirmando que ele “comprou” o mandato da candidata com financiamento de campanha e não reside no Estado. “Corremos o risco de ter quatro senadores por São Paulo e o Espírito Santo continuar sub-representado”, afirmou o candidato, supondo que Pastore assumiria o mandato caso Rose deixasse o cargo.
Coser também demonstrou preocupação com o financiamento da campanha de Rose, que recebeu doações de mineradoras, como divulgado em reportagem de Século Diário, com base em um levantamento do jornal Valor Econômico. O candidato, porém, se enrolou quando foi questionado sobre sua companheira de partido, a candidata a reeleição a deputada federal Iriny Lopes (PT), que também recebeu doações de mineradoras, como apontou o mesmo levantamento do Valor.
O presidente do PSDB capixaba, Armando Fontoura, comentou sobre o conteúdo das declarações do candidato do PT. Como porta-voz de Rose de Freitas, Fontoura rebateu as críticas ao suplente da candidata, afirmando que Pastore reside em Vitória e sempre trabalhou em defesa dos capixabas. Sobre a propaganda, ele disse que essa é uma demostração do desespero do PT: “Isso comprova que a candidatura de Roberto Carlos é laranja, está desistindo do eleitorado”.
A justiça eleitoral já determinou a retirada do programa de Roberto Carlos do ar. Em nota, a campanha de Rose afirma: “O PT realiza uma campanha ofensiva, relatando fatos sabidamente inverídicos, caluniosos e injuriosos”.
A campanha da candidata enviou nota sobre os últimos episódios judiciais entre a peemedebista e o candidato do PT: “É lamentável a forma com a qual seu concorrente do PT encara a disputa eleitoral, buscando alcançar o poder a qualquer custo, especialmente quando tenta manchar a honra e o nome de uma pessoa que dedicou sua vida ao Estado do Espírito Santo. O PT para beneficiar João Coser (que é presidente do PT) realiza uma campanha ofensiva, relatando fatos sabidamente inverídicos, caluniosos e injuriosos”, diz um trecho da nota.
