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De ‘supercabo eleitoral’ na disputa municipal, Octaciano Neto vai se testar como candidato em 2018

A Secretaria de Estado da Agricultura (Seag) é historicamente uma das pastas mais estratégicas do governo e consequentemente muito disputada pela classe política, sobretudo por causa de sua capilaridade no interior. Caminho obrigatório para quem busca projeção política, por lá já passaram o senador Ricardo Ferraço e o vice-governador César Colnago, ambos do PSDB, e antes dos dois um outro tucano, Luiz Paulo Vellozo Lucas. Todos souberam capitalizar politicamente com a secretaria.

Colnago criou uma grande rede de aliados que se tornaram grandes indutores de votos, e Ricardo Ferraço, por meio do programa Caminhos do Campo, conseguiu aumentar bastante sua visibilidade, embora ele não seja um grande imã de votos até hoje. No governo Casagrande, Enio Bérgoli, mesmo sendo um secretário muito bem articulado no interior, não transformou isso em material político, mantendo seu perfil predominantemente técnico. Sem contar que a principal autarquia da Seag, o Incaper, também serviu de trampolim político para alçar Evair de Melo (PV) à Câmara dos Deputados nas eleições de 2014.

Agora, à frente da Secretaria, Octaciano Neto é a bola da vez. Ele teve um desempenho nas disputas municipais deste ano que chamou atenção do mercado político. Apesar de suas principais apostas na Grande Vitória terem sucimbido, o secretário conseguiu se destacar como “supercaboeleitoral“. Subiu em mais da matade dos palanques armados nos 78 municípios capixabas nessa eleição.

Octaciano é uma das apostas para 2018 para a disputa de uma cadeira na bancada federal, mas para isso precisará aumentar sua capilaridade política, para não se tornar dependente do apoio de Paulo Hartung (PMDB), já que a relação com o governador é diferente daquele dos apoiadores antigos. Octaciano se movimenta por fora, sem essa adesão irrestrita ao governador, o que lhe dá um certo grau de independência.

O problema é que o cenário vivido pelo interior é diferente do enfrentando nas gestões de Colnago e Ricardo Ferraço à frente da Seag. A crise hídrica e o crime ambiental causado pela Samarco, dificultaram ainda mais a vida do homem do campo, fazendo com que ele exija mais entregas por parte do governo. A estratégia, neste caso, pode interessar tanto a Octaciano quanto a Hartung.

Depois de congelar obras Estado afora alegando falta de recursos, Hartung tenta emplacar o discurso que está retomando, aos poucos, obras paralisadas no governo passado, o que permitirá algumas entregas. Outra estratégia é a tentativa de retomar o programa Caminhos do Campo, que já se mostrou eficiente para fortalecer quem está à frente da pasta.

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