Sábado, 27 Abril 2024

Defesa de Hartung pode prejudicar Casagrande na disputa de 2014

Defesa de Hartung pode prejudicar Casagrande na disputa de 2014

Além da defesa pública de seu antecessor pelas denúncias de improbidade administrativa, o governador Renato Casagrande estaria se aproximando politicamente do ex-governador Paulo Hartung para a montagem do palanque do próximo ano. Mas para os meios políticos essa antecipação da defesa pode arranhar a imagem do socialista para a campanha à reeleição no próximo ano.



A movimentação de Casagrande seria para manter a unidade da base, garantindo assim sua governabilidade para este ano e a movimentação de 2014. Mas diante de uma nova denúncia, desta vez envolvendo as renúncias fiscais em favor do Instituto Sincades, aumenta o risco de compartilhar o palanque com o ex-governador.



As tentativas de desqualificar as denúncias atacando os promotores de Justiça, não funcionaram, muito pelo contrário, geraram reações em defesa das ações contra o ex-governador. Como as ações tramitam na primeira instância, uma condenação não “suja” a ficha de Hartung, mas faria um grande estrago em sua imagem, construída com um discurso de “faxina ética” e “reconstrução política”.



As denúncias colocam em xeque essa imagem construída em seus dois mandatos e abala o sistema político que orbitou na última década em torno dele e sob seu comando. Além das denúncias de improbidade administrativa, politicamente, Hartung precisaria de um esforço do governador para garantir sua eleição, caso ele realmente dispute a vaga a ser aberta no próximo ano para o Senado.



Para os meios políticos, Casagrande vive um dilema: se excluir Hartung do palanque, pode colocar em risco a unidade da base que sustenta seu governo. Os partidos e prováveis candidatos que fazem parte do grupo, defendem a permanência de Hartung, porque isso também significa manter o controle do poder econômico, que financiará as campanhas majoritárias e proporcionais do próximo ano.



Além disso, se tirar Hartung do grupo, Casagrande estaria virando as costas para o palanque no qual se elegeu em 2010. Mas se mantiver a defesa intransigente do ex-governador, poderá sair desgastado do processo, se Hartung não conseguir reverter as denúncias na Justiça.



Aliado ao problema no próprio palanque, Casagrande ainda tem uma outra preocupação que é a possibilidade de enfrentar uma candidatura de oposição, capitaneada pelo senador Mango Malta (PR). O senador não confirma sua disposição para disputar a eleição do próximo ano, mas a impressão do mercado é de que ele tem um capital eleitoral muito maior do que vem sendo apresentado nas primeiras sondagens e que pode crescer, colocando em risco a reeleição de Casagrande.



Como não depende do sistema financeiro que sustenta a base de Casagrande, ele fica livre para erguer um palanque de oposição. Escolheu para isso o discurso da Segurança. A movimentação no sentido de criar uma CPI do erro médico em nível nacional pode lhe dar uma visibilidade e penetração na classe média, que ele ainda não transita com desenvoltura, ficando assim, com uma musculatura eleitoral difícil de ser batida.

 

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