A eleição da nova Mesa Diretora da Câmara de Vitória será na primeira quinzena de agosto. Na sessão desta terça-feira (22), depois uma acalorada discussão, os vereadores aprovaram a emenda ao Projeto de Resolução nº 8/2014, que antecipa a eleição. O vereador Namy Chequer (PCdoB) é o mais cotado para assumir a Presidência da Casa no próximo biênio.
Não houve divergência na aprovação da emenda do vereador Davi Esmael (PSB) ao projeto do colega Devanir Ferreira (PRB), que inicialmente propunha a antecipação da eleição para setembro. Tanto que, dos 15 vereadores presentes – Wanderson Marinho (PRP) se absteve e o presidente da Casa Fabrício Gandini (PPS) não vota – 13 votaram pela aprovação da emenda.
A polêmica foi alimentada pelos questionamentos dos vereadores de oposição, que queriam explicações dos colegas sobre a “mudança de ideia”. Eles queriam saber porque três vereadores retiraram as assinaturas do projeto inicial de Devanir e agora estavam votando pela aprovação da antecipação.
O vereador Reinaldo Bolão (PT), um dos mais inconformados com a mudança de posição dos governistas, provocou os vereadores que criticaram o projeto de antecipação quando ele foi proposto. “Antes era obscuro, agora anteciparam mais ainda”, provocou o petista.
Bolão aproveitou para cobrar mais independência da Casa. “A emenda é uma questão, a eleição da Mesa é outra”, pontuou.
O tucano Luiz Emanuel foi outro que exigiu explicações dos vereadores que retiraram as assinaturas do projeto de Devanir. Max da Mata rebateu o colega. O vereador do PSD afirmou que nenhum parlamentar tem obrigação de se explicar. “Quem retirou o voto, explica se quiser”.
Rogerinho Pinheiro (PHS) ratificou a fala de Max da Mata, mas quis se explicar. Ele disse que retirou a assinatura porque havia uma movimentação contra Gandini (PPS) e o prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS). “Não mudei de ideia”, esclareceu.
Luiz Emanuel voltou a dizer que havia uma incongruência na posição dos governistas que voltaram atrás. “De uma hora pra outra três vereadores retiraram os nomes”. O tucano se queixou que o Executivo está ingerindo no Legislativo na eleição da Mesa Diretora. Ele disse ainda que não é assim que se faz mudança, em alusão ao slogan da campanha do prefeito que propunha mudança.
O vereador acrescentou que o novo presidente da Câmara poderia ser um parlamentar de oposição. “Ninguém vai pôr o prefeito de joelhos”, assegurou. Max da Mata retrucou: “O prefeito da mudança é aquele que entrega comando da Casa para a oposição”, ironizou.
O autor da primeira proposta, Devanir Ferreira, reafirmou que o projeto não tinha nada de politiqueiro, tampouco tinha a intenção de atingir o prefeito ou o presidente da Casa.
Gandini talvez tenha sido o mais lúcido ao dizer que não entendia o motivo real da discussão. O presidente destacou que a relação do Executivo com a Câmara tem sido transparente e independente. “O que mais está faltando? Qual a relação que se quer estabelecer com o Executivo?
Sobre a polêmica em torno da emenda que antecipa a eleição para agosto, o presidente da Câmara justificou que a eleição em setembro era “obscura”. Ele lembrou que neste mês muitos vereadores que disputam as eleições 2014 estarão licenciados da Casa, transferindo a votação para seus suplentes.
Gandini não precisou explicar, mas quis dizer que a eleição da nova Mesa com a Câmara “desfigurada” poderia representar grande risco para a situação, que correria o risco de perder o comando da Casa.
Com a eleição antecipada para agosto, o processo fica nas mãos dos partidos que sustentam a base do prefeito. Se não houver surpresas, Namy Chequer deve eleito presidente da Câmara na primeira quinzena de agosto.