Na eleição deste ano quase metade da Assembleia disputou diretamente os cargos de prefeito em vários municípios do Estado. Dos 12 deputados-candidatos, apenas três tiveram sucesso nas urnas e seelegeram prefeito. Alguns, como se costuma dizer, perderam ganhando, mas outros podem ter diminuído seu capital político, complicando suas expectativas para 2018.
Entre os eleitos que deixam a Assembleia no final deste estão Guerino Zanon (PMDB), eleito prefeito de Linhares; Cacau Lorenzoni (PP), que retorna à prefeitura de Marechal Floriano e Edson Magalhaes (PSD), eleito em Guarapari. Eles abrem vaga para três suplentes que poderão, com o mandato, construir suas candidaturas à reeleição em 2018: José Esmeraldo e Esmael Almeida (ambos do PMDB) e Jamir Malini (PTN).
Dois deputados ainda permanecem no páreo, disputando o segundo turno: Amaro Neto (SD), em Vitória e Marcelo Santos (PMDB), em Cariacica. Caso Amaro vença na Capital, o vereador Max Da Mata (PDT) sobe um degrau, ficando mais fácil conseguir costurar sua permanência na Casa em 2018, mas no PDT, ele ainda é o elo fraco na disputa da Assembleia. O deputado Josias Da Vitória deve disputar uma cadeira de deputado federal. Euclério Sampaio, porém, parece ter encontrado o tom do discurso que pode lhe garantir a reeleição em 2018.
Ele ainda terá Luiz Durão e Rodrigo Coelho no partido para disputar vaga na Assembleia. Marcelo Santos, caso eleito, abre vaga para o ex-deputado Ataíde Armani (DEM), que anda afastado da política, e não se sabe quais seriam suas pretensões em 2018. Só o retorno à Assembleia poderia deixar sua movimentação mais clara.
Entre os que perderam ganhando, o destaque é a deputada Eliana Dadalto (PTC). Com Guerino Zanon (PMDB) na prefeitura, ela não deve ter dificuldade em angariar boa parte dos votos em Linhares para construir sua candidatura à reeleição. Mas com um partido pequeno, é preciso escolher muito bem os parceiros de disputa.
Rafael Favatto (PEN) também vive o dilema de ter que se acomodar muito bem e é preciso fazer as contas. Em 2014, Favatto conseguiu 9.966, dos 23.383 que teve no Estado em Vila Velha. Na disputa deste ano à prefeitura canela-verde, ele ficou em quarto lugar, com 16.441. Aumentou sua votação no município, mas estamos falando de eleições diferentes.
O deputado Marcos Bruno (Rede) conquistou 13.776 na disputa de deputado estadual no Estado, sendo 10.642 em Cariacica. Disputou a eleição este ano para prefeito de Cariacica e conquistou 27.749, aumentando consideravelmente seu capital. Mas o problema de Marcos Bruno é que seu partido precisa conseguir afinar uma linha a seguir para fortalecer suas lideranças.
Contabilizando prejuízos
O deputado Marcos Mansur está no time que contabilizou prejuízos na disputa. O tucano alcançou 13.568 na disputa de deputado estadual em 2014, sendo 4.070 em Cachoeiro de Itapemirim. A disputa na eleição a prefeito deste ano não melhorou muito seu desempenho nas urnas: obteve apenas 8.136 votos. O que o fortalece é o fato de seu colega de bancada Sérgio Majeski ter aumentado muito seu capital político, podendo ajudar a puxar votos para o PSDB.
O deputado Almir Vieira se elegeu dentro de um esquema do PRP que sempre deu certo, trazendo, inclusive, muitas surpresas nas disputas proporcionais. O esquema consiste em pulverizar a chapa com muitos candidatos de votação baixa, porém, regular.
O desempenho dele na eleição a prefeito de Anchieta, porém, prejudica seu futuro político. Ele obteve apenas 163 votos na disputa à prefeitura. Pode ficar pelo caminho já que seus parceiros de partido Dary Pagung e Húdson Leal aumentaram suas musculaturas nos últimos dois anos. Sem falar que o prefeito de São Gabriel da Palha, Henrique Vargas, também deve disputar a eleição de deputado estadual em 2018.
Erick Musso (PMDB) é outro que sentiu a derrota. O deputado ficou em segundo na disputa à prefeitura de Aracruz, com 13.262 votos. Sua derrota foi uma das mais sentidas no Palácio Anchieta, já que Musso, que é vice-líder do governo, além de ter um palanque com 15 partidos, contou com o apoio do governador Paulo Hartung.
Sua identidade com o prefeito Marcelo Coelho (PDT) prejudicou seu desempenho. Para o futuro, a situação pode se complicar. No período pré-eleitoral várias lideranças se apresentaram para a disputa, e devem disputar a eleição em 2018. Outro nome que pode disputar é o ex-prefeito do município Ademar Devens (PMDB), que abocanha os votos do município.
O deputado mateense Freitas (PSB) desde sua primeira eleição para a Assembleia vem apresentado um crescimento eleitoral, forte, mas na eleição deste ano, ele sofreu uma forte revés em seu capital. O desgaste do atual prefeito Amadeu Boroto (PSB) acabou sendo transferido para o deputado, que pode ter problemas para construir sua reeleição em 2018. Na eleição à prefeitura, ele terminou em último lugar, com apenas 10.797 votos.