A cinco dias da eleição, o mercado político trabalha com a possibilidade de os índices de abstenções e votos brancos e nulos serem bem maiores do que os registrados na última eleição geral, em 2010. O motivo seria a frustração gerada pela falta resultados práticos dos movimentos de junho e julho do ano passado.
O movimento no Espírito Santo foi, proporcionalmente, o maior do País, levando para as ruas de Vitória mais de 100 mil pessoas num único dia. Os manifestantes cobravam mudanças na política institucional.
Em 2010, o total de votos apurados no Espírito Santo foi de 2.083.045. Desse total, 438.946, o que corresponde a 17,4% foram de abstenções, ou seja, de pessoas que não compareceram às urnas para votar. Brancos e nulos somaram 12,38%. Para esse ano, a expectativa da classe política é de que o índice de abstenções chegue perto de 30%.
A diminuição do índice de abstenção, porém, é prejudicial ao próprio eleitor. Na proporcional o quociente eleitoral diminui, por isso, os candidatos têm de conseguir menos votos para se eleger. Na majoritária, a possibilidade de a eleição ser decidida por lideranças mais antigas da política aumenta.
Muitas lideranças encontram dificuldades em convencer os eleitores a votar e reclamam que há resistência aos nomes apresentados para a eleição. Essa rejeição se reflete nas pesquisas que apontam um grande número de indecisos. Exemplo disso é a pesquisa ao Senado.
O último levantamento realizado pela Brand/Século Diário, na semana passada, é de 22% de indecisos (menção induzida), enquanto os candidatos seguem embolados na disputa com diferenças muito pequenas entre eles. Isso mostra que a população não entrou no espírito das eleições até aqui.
Mas o que vem chamando a atenção dos candidatos em geral é que a tendência do eleitorado de definir candidatos proporcionais e senador na reta final, não está se concretizando. Os votos de presidente e governador estão mais consolidados, mas o restante tem causado muita insegurança no eleitor.
Diante do tamanho da movimentação do ano passado e a cartela de candidatos oferecida está a frustração do eleitorado, que esperava o surgimento de novas caras na política, a partir das manifestações. Mas isso não aconteceu, como também não aconteceu a abertura de espaço para que as demandas explicitadas nas manifestações fossem atendidas.