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Hartung muda discurso e atuação política depois da crise na segurança

Na solenidade de apresentação do Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo (PAES), na manhã desta terça-feira (28), a mudança de postura do governador Paulo Hartung (PMDB) ficou mais uma vez evidente. Para os meios políticos, o modelo de ajuste fiscal, após a crise da segurança pública, em fevereiro passado, ficou desgastado.
 
Isso, aliado às crises políticas envolvendo a Assembleia Legislativa e a eleição da Associação dos Municípios do Estado (Amunes), estaria fazendo com que o governador adotasse um novo modelo de atuação no Estado, na tentativa de recuperar o capital político que vem perdendo nas últimas semanas.
 
A estratégia, para um governo que passou dois anos falando em cortes e ajustes, seria anunciar algumas entregas para mostrar o momento de superação da crise econômica. O problema é que desde que retornou ao governo, Hartung, justamente por causa do discurso de austeridade, paralisou os investimentos oriundos dos cofres estaduais, daí, inclusive, a insatisfação dos prefeitos pela falta de recursos e obras nos municípios.
 
Na solenidade desta terça, o governador citou diversas obras em andamento no Estado, como a BR-101, a dragagem do Porto de Vitória, poligonal Portocel Aracruz, BR-262, entre outros. Mas essas obras são todas da União. Paralelamente, o governador tem visitado obras no Estado, como o Aeroporto de Vitória, acompanhado da classe política. Ele também vem visitando obras estaduais e municipais.
 
Também não faltou crítica ao antecessor Renato Casagrande. Ele afirmou que em seu segundo mandato criou o projeto Espírito Santo Ler, Escrever, Contar, que fora interrompido no governo que o sucedeu. Com a assinatura do pacto, Hartung chama para seu projeto de governo a participação dos prefeitos, ao afirmar que haverá um convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para desenvolvimento de uma política educacional no Estado.
 
A mudança de discurso prepara o governador para o processo eleitoral de 2018. Ele ainda tenta manter viva a ideia de que a imprensa nacional tem colocado o Espírito Santo em um patamar diferenciado do restante dos estados por causa do modelo de ajuste fiscal, embora essa publicidade tenha sido prejudicada após a crise da segurança, com o movimento dos familiares dos policiais militares.
 
Mas ao vender a aparência de entrega e de sucesso da gestão, o governador apazigua os ânimos com a classe política em busca de recuperação do capital eleitoral, o que, a julgar pelos comentários no momento da transmissão da solenidade (muitos criticando o governo), vai ser uma tarefa bem mais difícil.

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