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Mudança de comportamento diminui capital político de Amaro Neto

Mais bem votado na disputa eleitoral de 2014, o deputado estadual Amaro Neto (PPS) não estaria correspondendo às expectativas de seus eleitores, que esperavam ver o deputado de “ripa na mão” na Assembleia Legislativa. Para os meios políticos, uma mudança de comportamento do parlamentar vem sendo observada desde sua vitória na eleição, seja no desempenho parlamentar, seja na frente das Câmeras em seu programa diário de TV.
 
Na avaliação de algumas lideranças políticas, a mudança não foi positiva para as pretensões futuras do deputado. Antes do processo eleitoral, Amaro Neto mostrava uma postura muito crítica em relação ao governo do Estado no que se refere à questão da segurança, principalmente. As cobranças a “Big House”, como chamava o ex-governador Renato Casagrande (PSB), eram constantes em seu programa. 
 
Depois da eleição, Amaro passou a relatar os fatos, abandonando no programa o perfil político, o que estaria incomodando seus eleitores. O governador Paulo Hartung (PMDB) não recebe o mesmo tipo de cobrança. Na Assembleia, os discursos contundentes de Amaro Neto eram esperados, mas suas incursões na tribuna da Casa foram poucas. 
 
Tratado como celebridade pelos colegas de plenário, o parlamentar circula com facilidade na Assembleia, mas sua cadeira não tem sido uma ferramenta de manutenção de seu poder de fogo, ampliando sua imagem para a classe política e para as articulações visando a 2016.
 
O deputado tem feito alguns requerimentos de informação sobre a questão da segurança e indicações ao governo sobre o assunto, mas cobranças no mesmo nível que fazia no passado não estão sendo vistas pelo eleitorado, o que compromete seu alto capital político.
 
O próprio Amaro Neto já teria sido aconselhado por aliados políticos sobre essa fragilidade em sua imagem. Uma situação que deve ser mudada, se o deputado pretender levar adiante o projeto de disputa municipal, o que parece ser outra situação complicada para ele. 
 
Depois da Vitória, o deputado mudou-se para Vila Velha e começou a se reunir com lideranças políticas no município, o que sugeriu às lideranças locais que ele poderia disputar a eleição para prefeito na cidade. Ainda no primeiro semestre deste ano, as conversas de bastidores apontavam uma possível candidatura de Amaro Neto na Capital. Agora volta-se a falar em uma disputa no município canela-verde. 
 
Nos dois ambientes, a entrada dele sem o reforço em sua imagem pode ser um erro estratégico, segundo observadores. Tanto em Vila Velha, onde dois ex-prefeitos bem avaliados devem disputar a eleição, com o atual prefeito em desgaste; quanto em Vitória, que tem um interesse estadual em jogo, pode não haver espaço para que o novato no campo majoritário possa se apresentar para a campanha. 
 
Cariacica não teria o interesse do deputado por dois motivos:  primeiro, pelo fato de o prefeito ser do PPS e  Amaro Neto não demonstrar interesse em deixar o partido ou enfrentar um aliado; o outro de o município estar em uma situação econômica ruim, o que torna a vida do próximo prefeito bem complicada.
 
A solução poderia ser o município da Serra, onde as duas principais lideranças políticas, o prefeito Audifax Barcelos (PSB) e o ex-prefeito Sérgio Vidigal (PDT), estariam desgastadas com a população. Sua disputa seria com o tucano Vandinho Leite (PSDB), que tem mais experiência política. 
 
Independentemente da escolha, para os meios políticos a ida de Amaro Neto para um cargo majoritário é considerada uma escolha que lhe trará prejuízo. Os atuais gestores já não estão agradando o eleitorado. No caso do deputado, ele teria o patrimônio da imagem colocado em risco caso o desempenho como gestor municipal também não agrade o eleitor, assim como a postura na Assembleia não está agradando. 

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