Caso se confirme a possibilidade de o governador migrar do PMDB para o PSDB, o ninho tucano passará a ter uma voz única de comando, acabando com a divisão que hoje existe na sigla. Isso organiza as acomodações das lideranças para a disputa estadual de 2018. O governador, de olho no cenário nacional, traria para dentro do partido as soluções para a disputa.
Embora pareça confuso um partido com três nomes na fila para os cargos de senador e governador, a ida de Hartung organizaria a discussão, buscando soluções internas para as vagas. Se Hartung disputar a eleição ao Senado, a acomodação deve ser com Ricardo Ferraço na disputa ao governo. César Colnago, que assumiria o governo por oito meses, poderia disputar uma cadeira de deputado federal.
Hartung é cotado, porém, para uma composição como vice-presidente, um voo bem alto, mas que não é descartado pela classe política, já que seu investimento na ampliação de sua imagem política para fora do Estado é bastante ambiciosa. Isso também mudaria o cenário no Estado, deixando Ferraço e Colnago se acomodarem livremente nas disputas ao governo e ao Senado.
Internamente, a ida de Hartung para o PSDB eliminaria a força política do ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas, no partido. As ações de Luiz Paulo apontam para um afastamento cada vez maior entre ele e o governador Paulo Hartung. A entrada de Hartung garantiria um controle bem maior para o grupo de Colnago, que passaria ser homogêneo no partido e empurrando para fora da sigla Luiz Paulo e seus aliados.
Quem também passa a ter um papel importante nesse debate é o prefeito de Vila Velha, Max Filho, que tem forte ligação com Colnago, em nível estadual e com o senador Aécio Neves, em nível nacional. Ele hoje ostenta popularidade no maior colégio eleitoral do Estado, o que o torna importante tanto dentro quanto fora do partido.
Nos meios políticos, os comentários recentes eram de que o governador estaria prestes a ingressar no PSD, do secretário-chefe da Casa Civil, Zé Carlinhos da Fonseca. Mas o partido não teria o fôlego necessário para acomodar Hartung dentro do amplo espaço que ele delimitou para se movimentar em 2018.