O deputado Sandro Locutor (Pros) usou a Fase das Comunicações da sessão da Assembleia desta segunda-feira (06) para apresentar sua defesa às notícias publicadas ao longo da semana passada em A Gazeta. As reportagens questionaram as viagens de representação do parlamentar para vários estados brasileiros e também para o exterior à frente da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale).
De acordo com o jornal, a Assembleia gastou cerca de R$ 50 mil para pagar as diárias do deputado de 2012 a abril deste ano. Irritado, o deputado disse que foi “achincalhado” pelo jornal e advertiu: “Não meti a mão em nenhum centavo desta Casa para ir passear”.
Muito firme nas suas explicações, após detalhar o trabalho à frente da presidência da Unale, o deputado apresentou aos colegas documentos e relatórios de atividades desenvolvidas sob sua gestão. Ele destacou que a Unale esteve representada nos principais fóruns de discussões no Brasil e no exterior, sobre assuntoscomo segurança, saúde e até imigração.
Ele afirmou que sua gestão foi reconhecida pelos membros da Unale. Disse que no evento realizado na semana passada, em Sergipe, ocasião em que o jornal A Gazeta publicou a série de reportagens sobre as viagens do parlamentar, a deputada estadual do Pará, Ana Cunha, indicado por ele para sucedê-lo na presidência da Unale, não só foi eleita como aclamada pelos membros da entidade. Ele disse ainda que foi escolhido para assumir a função de tesoureiro da entidade, um reconhecimento ao seu trabalho.
Sobre as viagens, especificamente sobre as fotos publicadas pelo jornal em que aparece ao lado da mulher em pontos turísticos na Europa, Locutor afirmou que as passagens da sua mulher foram pagas com o cartão de crédito do casal. Ele disse que gastou pouco mais de R$ 7 mil com os custos de viagem da mulher, valor que fora dividido em seis vezes no cartão de crédito. “Acho que ganho um bom salário como deputado e posso pagar mil e poucos reais por mês no cartão de crédito”. O deputado acrescentou que os passeios com a mulher foram feitos após as atividades da Unale e nos finais de semana, como a viagem ao Vaticano, em Roma, Itália, que ocorreu num domingo.
“Me questionaram se paguei o almoço que a minha companheira fez comigo, se eu paguei com dinheiro da diária ou meu dinheiro. Eu não sei, eu não separei, eu paguei com o meu cartão”, explicou.
Além de garantir que não usou recurso público para fins particulares, Locutor aproveitou a oportunidade para dizer que entre 2011 e 2015 economizou R$ 200 mil em verba de gabinete. “Eu deixei de gastar, também fui austero”. Lembrou em seguida que os R$ 25 milhões economizados pela Assembleia em 2015, e devolvido ao Estado, tem sua contribuição.
“Fui execrado pela Rede Gazeta que não foi em nada imparcial. Deu a impressão de que peguei dinheiro público e usei para fazer turismo, o que é mentira. Os recursos utilizados foram verba de gabinete e não fui a passeio. Fui a trabalho”, afirmou.
Sem citar o governador Paulo Hartung (PMDB), o deputado atribuiu a perseguição à sua atuação crítica na Assembleia. “Estou sendo perseguido porque ultimamente fiz duras críticas ao corte de 40% do orçamento da área da segurança e disse que a Secretaria de Saúde virou um balcão de negócios”.
O presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço (DEM), após as explicações do deputado, afirmou que o parlamentar, na condição de presidente da Unale, honrou o Espírito Santo e a Assembleia. Ferraço destacou ainda que o deputado fez uma prestação de contas esclarecedora do seus gastos e que a Casa era solidária a Sandro Locutor.
