sábado, dezembro 14, 2024
23.3 C
Vitória
sábado, dezembro 14, 2024
sábado, dezembro 14, 2024

Leia Também:

TSE afasta inelegibilidade do ex-prefeito Lauriano Zancanela

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acolheu o recurso do ex-prefeito de São Mateus (norte do Estado), Lauriano Zancanela (DEM), e deferiu o registro de candidatura a deputado estadual no pleito do ano passado. A decisão do ministro Luiz Fux, que também integra o Supremo Tribunal Federal (STF), foi publicada nesta sexta-feira (14). Mesmo com a contabilização dos votos obtidos pelo demista no pleito (9.639 votos), o resultado da eleição não deve ser alterado. No entanto, o ex-prefeito fica com a “ficha limpa” para participar de futuros pleitos.

No documento assinada no último dia 4, o relator do caso voltou atrás na própria decisão, datada de outubro de 2014, quando havia indeferido o recurso de Zancanela. Naquela ocasião, o ministro Luiz Fux manteve a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), que barrou o candidato do DEM com base na Lei da Ficha Limpa. O ex-prefeito mateense teve suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), fato que o enquadraria como “ficha suja”.

Entretanto, o ministro agora se posicionou no sentido que a incidência da inelegibilidade ocorre apenas nos casos em que fica caracterizado o dolo (culpa) na rejeição das contas. Luiz Fux citou uma decisão do ministro Gilmar Mendes, que abriu a brecha para a interpretação sobre a culpa do agente político na análise de suas contas. Chama atenção que, em sua primeira análise, o relator considerou que as irregularidades cometidas por Zancanela representariam um “vício insanável”.

No recurso, a defesa do ex-prefeito alegava que o julgamento no TCE não teria resultado na inelegibilidade do demista. Zancanela foi condenado pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ele teria deixado um déficit de R$ 8,2 milhões na execução orçamentária da prefeitura durante o exercício de 2006. Desta vez, o ministro Luiz Fux seguiu o caminho apontado pela defesa de que os não teriam prejudicado a gestão do município.

“Não vislumbro no caso vertente qualquer circunstância capaz de comprovar a vontade do Recorrente de praticar a conduta que ensejou a irregularidade. Deveras, conforme se extrai dos autos, o déficit orçamentário verificado na prestação de contas corresponde a 0,5% da receita arrecadada no exercício financeiro. Essa irregularidade possui, a meu sentir, valor diminuto que, aliado às demais circunstâncias do caso concreto, não tem o condão de caracterizar o ato doloso”, concluiu o ministro.

Apesar da possibilidade de contabilização da votação de Zancanela, a decisão pode garantir um gás novo ao ex-prefeito que disputou o pleito passado no palanque do governador Paulo Hartung (PMDB). Mesmo sem figurar entre os principais cotados na disputa, o nome do demista deve passar a circular nos meios políticos. Hoje, os bastidores apontam o favoritismo do deputado federal Jorge Silva (PROS) para o pleito. A expectativa é de que o atual prefeito Amadeu Boroto (PSB), que não pode tentar uma nova reeleição, também indique um nome para disputa.

Mais Lidas