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Sesa descarta variante indiana entre trabalhadores e hóspedes de hotel em Vitória

Quarentena compulsória no hotel foi suspensa, com duas confirmações de Covid-19, uma sem variante e uma com P1

Sesa

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) encerrou no início da tarde desta terça-feira (1) a quarentena compulsória estabelecida em um hotel de Vitória, onde 94 pessoas, entre hóspedes adultos e crianças e trabalhadores, foram isoladas e, destes, 92 foram investigadas.

Das pessoas investigadas, duas testaram positivo para o novo coronavírus (SARS-Cov-2) e a investigação da cepa apontou tratar-se da infecção pela variante P1, a variante brasileira identificada primeiramente na cidade de Manaus, no Amazonas.

O caso notificado pela Anvisa no dia 23 de maio também apresentou resultado negativo e foi descartada a possibilidade de importação da variante indiana dos casos anteriormente notificados”, declarou o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, em coletiva de imprensa realizada com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin.


Em função dos resultados da investigação, o secretário afirmou que “está descartada então a importação ou transmissão local da variante indiana no Espírito Santo” e que “os demais casos investigados a partir das notificações da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] também foram descartados para infecção por SARS-CoV-2, de modo que até o presente momento o estado não apresenta casos importados da variante indiana e casos com transmissão local”.
Reblin ressaltou que a investigação incluiu também os contatos que os hóspedes e trabalhadores suspeitos estabeleceram antes da interdição do hotel, em outros espaços. “Se alguém que estava naquele hotel circulou e teve contato com possibilidade de transmissão da doença, esse espaço também foi considerado e as pessoas investigadas”.
Os gestores destacaram a efetividade com que foi possível conter a disseminação do vírus dentro do hotel, por meio do isolamento e testagem dos suspeitos, estratégia implementada por meio de parceria das vigilâncias sanitárias do Estado, de Vitória e da Agência Nacional (Anvisa). Essa coordenação das três instâncias, salientou o secretário, “permitiu que nós impedíssemos a disseminação da infecção naquela unidade hoteleira”.
Com a quarentena encerrada, informou Nésio, “as [duas] pessoas que testaram positivo na investigação para SARS-CoV-2 deverão manter a medida até a conclusão e respectiva alta”.
Alarme mundial
A variante indiana colocou todo o mundo em alerta. Em apresentação para a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa no início de maio, a médica pneumologista capixaba Margareth Dalcomo, pesquisadora e professora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Osvaldo Cruz (ENSP/Fiocruz), afirmou que a chegada da cepa indiana do novo coronavírus (SARS-CoV-2) ao Brasil pode gerar o surgimento de uma terceira onda da doença, caso a variante não seja sensível à imunização.
“Estamos num momento muito delicado no Brasil, mais de 90% dos casos hoje identificados são causados pela nova variante chamada P.1”, afirmou, alertando para a necessidade de intensificar as medidas não farmacológicas de prevenção, como distanciamento social, uso de máscara e lavagem das mãos.
“Novas variantes se tornam dominantes quando conseguem se disseminar de forma mais eficaz que as preexistentes”, explicou. A cepa original, salientou, é “muito minoritária” atualmente em território nacional, em relação às três variantes predominantes: a de Manaus (P.1), do Reino Unido (B.1.1.7) e da África do Sul (B.1.351).
“O nosso grande temor, particularmente o meu, é que nós recebamos a cepa indiana no Brasil, que será uma tragédia para uma terceira onda. Ela não está claramente identificada como sensível às vacinas que estão em uso”, detalhou, lembrando que a cepa sul-africana, por exemplo, não teve boa resposta com os imunizantes AstraZeneca e Novavax.
Como já dito em diversas ocasiões ao longo desse mais de um ano de pandemia de Covid-19, Margareth enfatizou aos deputados capixabas a necessidade de acelerar a vacinação, como estratégia fundamental para evitar a proliferação de mais mutações e variantes.

Nesse sentido, reconheceu os esforços dos laboratórios para entregar as vacinas com rapidez, referindo-se às seis em uso e as três que estão em vias de aprovação, mas advertiu: “Não teremos vacina para todo mundo em 2021”. A médica fez críticas à condução do governo federal na aquisição dos imunizantes. “Perdemos muito tempo”, lamentou.

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