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Professora recebe alta e agradece a profissionais da saúde, amigos e familiares

Sandra Guimarães recebeu sete tiros nas pernas em atentado a escolas cometido por adolescente

A professora de história da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Primo Bitti, Sandra Guimarães, recebeu alta na manhã desta sexta-feira (2). Ela estava internada no Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas (HEUE), em Vitória, após levar sete tiros nas pernas durante o atentado praticado em duas escolas por um adolescente de 16 anos, em Aracruz, norte do Estado. Foram cinco na perna esquerda e dois na direita.

Sandra gravou um vídeo no qual agradeceu o trabalho prestado por todos profissionais da saúde que a atenderam, e também a amigos e familiares. “Agradeço a todas as pessoas, amigos, familiares, amigos da escola, o tempo todo em oração. Meu celular está cheio de mensagens. Não consegui responder todas”, disse a professora.

Reprodução

Nesse mesmo vídeo, Sandra narra brevemente seu percurso desde quando aconteceu o crime que a vitimou até o momento da alta. Primeiramente, foi encaminhada para o Hospital São Camilo, no município onde o atentado ocorreu. De acordo com ela, já havia uma equipe a esperando no São Lucas, o que a fez se sentir “protegida”. Posteriormente, foi submetida a exames e fez duas cirurgias. A professora conta que na perna direita ela não sente nada, mas na esquerda sente dormência.

Outros pacientes

No Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves (HEJSN), na Serra, se encontram duas outras professoras vítimas do atentado. Uma tem 51 anos, está em estado de saúde estável, na enfermaria. A outra é a professora de inglês Degina Rodolfo de Oliveira Fernandes, de 37 anos, que segue intubada em grave estado geral, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Duas crianças estão no Hospital Estadual Nossa Senhora da Glória (HINSG), no Pronto-Socorro Dra. Milena Gotardi. O menino de 11 anos permanece estável, na enfermaria. A menina de 14 anos também apresenta estado estável, mas está na UTI, extubada.
A Sesa não divulga os nomes dos internados, “em observância à Lei Geral de Proteção de Dados, bem como ao princípio da liberdade e da privacidade”. O atentado da última sexta-feira (25) já fez quatro vítimas fatais: Selena Sagrillo, de 12 anos, e as professoras Maria Penha Pereira de Melo Banhos, 48 anos, Cybelle Passos Pereira Lara, 45 anos, e Flávia Amboss Merçom, de 38 anos.
O crime
Os ataques foram executados por volta das 9h30, primeiramente contra a EEEFM Primo Bitti, em Coqueiral de Aracruz, onde o atirador havia estudado até junho deste ano. Após arrombar o cadeado, ele invadiu a escola e acessou a sala dos professores e depois outras salas. Em seguida, entrou em um carro Renault Duster dourado, com placas tampadas, para outra escola do bairro, de gestão privada, o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), onde efetuou mais disparos, deixando outras vítimas, fugindo em seguida com o mesmo veículo.
Ele foi apreendido na tarde do mesmo dia, em uma das casas da família no município, e encaminhado para o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases). O adolescente responderá por “ato infracional análogo aos crimes de nove tentativas de homicídio qualificada por motivo fútil, que gerou perigoso comum e com impossibilidade de defesa da vítima e, quatro homicídios qualificados por motivo fútil, que gerou perigo comum e com impossibilidade de defesa da vítima”.
Pai Tenente
A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) também investiga quais as possíveis contribuições do pai do atirador, um tenente da Polícia Militar, para que o crime fosse consumado, e quais as relações do adolescente de 16 anos com células nazistas e fascistas que se expandem pelo país. Um dos pontos da investigação é descobrir se o pai ensinou ao filho a dirigir e atirar.

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