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Bala de prata

Diferente das eleições anteriores que disputou para o governo, em que anulou as condições competitivas do adversário muito antes do pleito, o governador Paulo Hartung (PMDB) volta a aplicá-la agora em cima do ex-governador Renato Casagrande (PSB). Com o fito, como nas disputas  anteriores, de deixá-lo pelo caminho.
 
Só que os tempos são outros e o escolhido para esse novo infortúnio político de Hartung, diferente dos anteriores, topou o jogo, combatendo de frente as velhacas armações do peemedebista que resultaram no passado em tranquilas eleições em cima de adversário sem nenhum poder de disputa, como ocorreu nas eleições de 2006, quando disputou o governo com o atual deputado federal Sérgio Vidigal (PDT).
 
Só que Casagrande, que já havia experimentado em seu governo as tramoias dos hartunguetes, que aceitou acolher em seu governo, topou encarar o jogo de Hartung, que vem neutralizando bem os ataques em sua direção com o propósito de aniquilá-lo do cenário político.
 
E os resultados desses embates vêm sendo favoráveis a Casagrande. Basta olhar os indicadores das das redes sociais. Casagrande tem quase 60 mil seguidores, aperentemente expontâneos, contra cerca de 23 mil “fabricadas” por PH. Um indicador importante que revela que os efeitos dos ataques do governador não produzem os ganhos esperados, pelo menos no campo virtual.
 
Na maioria das vezes, Casagrande não só se livra deles, como consegue também transformá-lo a em pontos a seu favor.
 
Sem contar que o momento vivido por PH, onde pesquisas, entre elas as do próprio Futura, registram uma queda significativa na popularidade do governador. Esse dado incômodo obriga PH a alijar Casagrande para garantir sua desejada reeleição ao governo.
 
Inclusive, os números da última eleição estão aí mesmo para provar. Casagrande ganhou de PH na Grande Vitória e perdeu no interior do Estado. Representa dizer, que onde a visibilidade é maior, Casagrande é melhor. 
 
O socialista tem a seu favor a possibilidade de manter esse favoritismo, caso decida disputar a prefeitura de Vitória. Se o fizer, se apossa da segunda principal vitrine política do Estado, tudo que Hartung teme neste momento.
 
Um afoito observador do PSB poderia ponderar: “a meta de Casagrande tem que ser o governo”. Nada contra, mas há argumentos bem favoráveis que apontam que a disputa pela prefeitura da Capital pode encurtar o caminho para o socialista retornar ao Palácio Anchieta em 2018. A principal questão política está em combater o hartungismo no momento em que vive um momento decisivo.
 
Casagrande prefeito de Vitória é uma lástima para PH. Assume o comando oposicionista de imediato e que pode gerar consequências inimagináveis do ponto de vista de futuro para os planos do peemedebista. Pois o simples fato de disputar, puxa PH para intervir nesta disputa. A vitória de Casagrande fatalmente seria debitada na conta de Hartung.
 
Caso Casagrande não saia vencedor, não há dúvida alguma que receberá uma boa votação, que lhe dará credenciais políticas mais do que suficientes para disputar o governo do Estado. Ele sairia da eleição, ganhando ou perdendo, como verdadeiro opositor a PH.
 
Não é à toa que PH utiliza-se da sua base de apoio na Assembleia Legislativa para rejeitar as contas do socialista, como se essa fosse a sua bala de prata para tirá-lo de disputa das eleições futuras. 
 
Se os deputados permitirem que PH tire Casagrande de combate, estarão excluindo do processo eleitoral o único competidor em condições de enfrentá-lo de igual para igual e equilibrar as forças políticas no Estado. Caso contrário, estarão assinando uma promissória em branco para PH. 

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