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Como previsto, não muda nada

Não foi desta vez mesmo. A Câmara dos Deputados concluiu na última quarta-feira (12) a votação em segundo turno da “reforma política”. Reforma entre aspas porque de reforma mesmo não tem nada. Os pontos mais polêmicos, como o famigerado financiamento privado de campanha, continuam lá, atendendo aos interesses dos parlamentares.

No remendo que agora segue para o Senado, os deputados aprovaram o financiamento de campanhas com doações de pessoas físicas a candidatos e a partidos e de empresas a partidos. O texto foi aprovado por 317 votos a 162.

Na bancada capixaba também não houve muita surpresa, votaram a favor do remendo os deputados Marcus Vicente (PP), Evair de Melo (PV), Lelo Coimbra (PMDB) e Carlos Manato (SD), os mesmos que tiveram posicionamento conservador em outras votações.

A votação em primeiro turno sobre o financiamento de campanha está em contestação no Supremo Tribunal Federal (STF), que foi acionado pelos partidos contrários ao financiamento privado.

Mais uma vez, a população tem de esperar do Judiciário uma intervenção no Legislativo e confiar que os ministros vão colocar o interesse público acima do interesse da classe política, o que nem sempre acontece.

E por que isso incomoda tanto a coluna? Quando olhamos os números da eleição de 2014 ao governo do Estado, dá para se ter uma ideia da situação. Os dois principais candidatos faturaram mais de R$ 20 milhões e muitas empresas apostaram nos dois candidatos, mostrando que o interesse vai muito além da aposta eleitoral. Visa a garantir uma participação na vida política do Estado.

Isso sem falar em empresas que financiam trabalho escravo, destruição do meio ambiente, causam danos à saúde do cidadão, e que na hora da eleição, garantem suas sobrevidas “comprando” um político, de quem vai exigir fidelidade e defesa intransigente.

O financiamento público de campanha, além de garantir maior controle da sociedade dos gastos dos candidatos, também favoreceria uma disputa mais justa entre os nomes colocados para a disputa eleitoral. Mas não será desta vez que haverá moralização.

A doação das empresas aos partidos nada mais é do que um engodo. Quando coloca o dinheiro na sigla, o empresário já deixa bem claro quem são os cavalos que estão no páreo e merecem sua aposta. Isso é ruim para a democracia e para a população de um Estado que tem como principais doadores empresas poluidoras que vêm minguando não só os recursos naturais, como precarizando os empregos. Tudo com o apoio da classe política capixaba.

Fragmentos:

1 – Ricardo Martins (SD) tem investido mesmo na manutenção de sua popularidade. Nas redes sociais, ele vem colocando vídeos e mensagens que agregam, e muito.

2 – Martins deve ser a aposta do Solidariedade para a disputa em Vila Velha e parece preparado para enfrentar os medalhões do município, que  apresenta um cenário com prefeito, ex-prefeitos e novidades políticas.

3 – Já o deputado Lelo Coimbra (PMDB) se aproxima do Conselho Popular de Vitória (CPV). Ouvir os líderes comunitários é outra forma inteligente de multiplicar apoio. Ponto para ele. 

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