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De Augustus e Agnes Gonxha

Vamos rompendo o mês do desgosto com o dólar nas alturas, a violência no mesmo patamar,  e o depredado Brasil afogado no caos político e econômico, acrescido de crise moral e social. Vamos contando os dias para 2016, quando talvez as coisas melhorem. Ainda em 2013, corria por aí uma piada, que se 2014 era o ano da Copa e 2016 o ano olímpico, 2015 seria o ano imprensado. Vai entrar para a história como o ano perdido. Que nem a Copa.

Agosto ganhou esse nome em homenagem a Otávio Augusto, fundador do império romano e seu primeiro imperador. O mês deveria ter 30 dias, seguindo a ordem dos outros meses, mas Otávio  exigiu que seu mês fosse igual a julho, que homenageia Júlio César, seu tio-avô. Rixas entre parentes ou guerrinha de egos. Mas Augusto não é um nome, e sim o título que lhe foi dado pelo senado romano, sendo portanto a mais alta honraria.

Como acontece em todos os meses, agosto tem seus fatos marcantes, importantes, irrelevantes, desastrosos ou engraçados. No dia 13, em 1521, os espanhóis derrotaram os astecas e tomaram a Cidade do México.  No dia 14, em 1945, os japoneses se renderam, pondo fim à famigerada Segunda Guerra Mundial. Efeito colateral indesejado, no dia 16, em 1961, os russos começam a construção do muro de Berlim.

No dia 23, em 1966, a primeira foto da Terra é tirada da lua pelo Lunar Orbiter 1. Também nesse dia, no ano 79, o Monte Vesúvio, na Itália, soterra as cidades de Pompeia e Herculano, num dos mais famosos desastres naturais da história, com 16.000 pessoas desaparecidas.  Em 1860, os arqueólogos encontraram nas ruínas 1.044 corpos petrificados.  Dia 26, em 1920, as mulheres conquistam o direto de votar nos Estados Unidos. No Brasil, isso só aconteceu em 1933.

Dia 27, 1886, na Indonésia, a erupção do  vulcão Krakatoa foi ouvida a 4,5 mil quilômetros de distância e matou 36 mil pessoas. Essa foi uma das maiores erupções vulcânicas até hoje registradas. Em 1910, nascia Agnes Gonxha Bojaxhiu, em Skopje, Iugoslávia, que foi para a  Índia e  se tornou  Irmã Teresa de Calcutá, que mereceu dar título à coluna de hoje, por falta de outro melhor.

No dia 28, em 1963,  Martin Luther King faz seu famoso discurso, “Eu tenho um sonho”, considerado, em 1999, o melhor discurso americano do Século XX, numa votação entre os eruditos. Uma questão corre na  justiça pelos direitos autorais, contra a CBS. As partes chegaram a um acordo, como sempre por quantia não declarada. Em algumas circunstâncias, a divulgação sem pagar direitos autorais continua proibida até o ano 2038, 70 anos após a morte do autor. Vamos fechar o mês com um evento  assustador –  30 é o dia do Frankenstein.

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