As ações do governador Paulo Hartung (PMDB) nos primeiros seis meses de seu governo estão concentradas na Grande Vitória. Da implantação da Escola Viva na Capital à redução dos índices de homicídios – embora questionáveis –, passando pelo anúncio do Hospital Geral de Cariacica, há uma clara tentativa de mostrar serviço à população da região metropolitana.
E não é por menos, no levantamento feito pela Futura, que sempre colocou Hartung como um ser político imbatível no Estado, o governador não passa da casa dos 30% de aprovação, e isso em um início de governo. A Grande Vitória é onde está a maior parte do eleitorado capixaba e foi onde Hartung teve mais dificuldades em sua eleição no ano passado.
O governador perdeu a eleição na Serra e em Vila Velha, os maiores colégios eleitorais da região. Com a proximidade do processo eleitoral de 2016, Hartung, se quiser ser o grande eleitor do próximo ano, elegendo seus aliados e fortalecendo seu capital político, precisa aumentar sua musculatura política na Grande Vitória.
Hartung tem uma difícil missão em 2016, principalmente em Vila Velha. Não tem como ele deixar de apoiar Rodney Miranda (DEM), mas se fizer isso, corre o risco de ter a mesma derrota que teve em 2012 em Vitória, único município onde ele realmente se posicionou e acabou prejudicando o palanque de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) contra Luciano Rezende (PPS), que foi apoiado por Renato Casagrande (PSB).
Essa estratégia de focar a gestão na Grande Vitória é arriscada, afinal, se conseguir alcançar seu objetivo por aqui, põe em risco aquilo que já tem, que é seu capital político no interior. Pode tentar ganhar um e perder os dois.
Se as prefeituras da Grande Vitória estão em crise, imagine a situação no interior do Estado. Na região metropolitana, mesmo com a queda de arrecadação, as prefeituras têm recursos, no interior não. Os prefeitos estão vindo de pires na mão e recebendo a porta fechada. Mais cedo ou mais tarde, a população vai começar a perceber essa situação.