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Mais uma vez a Central

Assim como a coluna destacou a ausência da Central Única dos Trabalhadores no setor bancário, esta semana a discussão volta à tona, desta vez no setor de serviços terceirizados. Que foi a bandeira levantada pela CUT no movimento no dia 30 de agosto, que retomou o movimento do dia 11 de julho. A Central foi à rua para alertar a sociedade sobre o projeto de lei que flexibiliza a terceirização no Brasil. 
 
Mas não basta só ir para a rua com o carro de som e fechar os olhos para o que acontece em seu próprio quintal. Na Petrobras o acordo coletivo dos terceirizado é feito com o sindicato que a empresa se entender melhor, ou seja, quem oferecer o menor índice. 
 
Estamos falando da construção e limpeza, não do pessoal que trabalha com o serviço-fim, ligado à produção de petróleo. Como não são representados pelo Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), ficam entre o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Pública (Sindilimpe) e o Sindiciato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintraconst). Todos são cutistas, mas a central deixa a coisa correr como se fosse leilão de percentual, ganha o menor preço. 
 
Por isso, é um absurdo. A Central não deve apensar e fazer o serviço de alerta, tem de mediar a negociação, buscando a melhor condição para o trabalhador e não para a empresa. Ora, se estamos falando de duas categorias, limpeza e construção, as negociações têm de ser separadas, não pode juntar todo mundo no mesmo balaio e nivelar por baixo. 
 
O trabalhador também não pode ficar reclamando só no pé do ouvido. Não adianta esperar a atuação da Central e do Sindicato. Quem está filiado ao sindicato, tem de cobrar da representação uma atuação forte. Se o sindicato ou a Central não agem, o patrão age.
 
Não resta alternativa para a CUT, a não ser buscar a representação por ramo de atividade. Se o trabalhador atua na Petrobras, tem de ser representado pelos Petroleiros, se está na ArcelorMittal, tem de ser representado pelos Metalúrgicos. Um sindicato forte que cuide de toda a categoria, independentemente do setor em que o trabalhador preste serviço. 
 
Ou a CUT se fortalece, ou acaba. Do jeito que está, não dá!

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