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O segundo turno se desenha

As entradas dos empresários Mário Guerra e Simone Chieppe no Instituto Futura representam nada mais do que a garantia da manutenção dos interesses do empresariado capixaba que integra o projeto Unanimidade. Um grupo que não faz investimento próprio e vive “pendurado” no sistema público e nas concessões.
 
Esta situação perdura desde o primeiro governo de Paulo Hartung, passando pelo governo de Renato Casagrande (PSB), até chegar no governo atual. O Futura é parte desse processo de manutenção do governo nas mãos de PH e seguirá rumo idêntico com os novos sócios.
 
Em tese, interessa a este mundo empresarial que a disputa ao governo do Estado fique entre PH e Renato Casagrande, pois ambos representam o mesmo em relação aos seus interesses.
 
O que este grupo não esperava, porém, era que a senadora Rose de Freitas desse a volta em Hartung e no MDB e amanhecesse no Podemos. E aí o cenário complicou, pois a sinalização é de que esta eleição deverá ter segundo turno.  E segundo turno ninguém sabe como termina.
 
Rose gosta destas aventuras contra PH. Está acostumada a levar vantagem sobre ele. Já lembrei, aqui, a eleição para o Senado, quando ela derrotou o ex-prefeito de Vitória João Coser (PT), que estava num palanque clandestino com Hartung. 
 
Esse é o quadro atual, indicando o segundo turno, que, por sua vez, será influenciado pelos deputados e senadores eleitos. O que abre negociação para todo lado, principalmente pelos donos do voto. E o novo governo começa a ser partilhado.
 
Há um dado sociológico, citado por especialistas, que o eleitor que perdeu o voto para governador já tem uma rivalidade natural com o que ganhou e tendência a votar no segundo colocado. 
 
Conclui-se, então: PH sabe que segundo turno é uma nova eleição e que Rose, ganhando ou perdendo, não vai fazer aliança com ele, portanto, terá de avaliar melhor sua disposição em se candidatar.
 
Seria, neste caso, a primeira eleição de embate para PH, já que nas anteriores estava com tudo desenhado e resolvido meses antes do pleito. Hartung não precisava negociar cargo algum ao governo e ainda dizia quem ganhava para deputado estadual e federal. Além disso, relacionava os empresários se seu interesse que bancariam todo o processo eleitoral.
 
Quer dizer, com Instituto Futura, empresariado e tudo mais, o fato é que PH terá realmente que disputar uma eleição no Espírito Santo, o que para ele, é mais do que significativo. 

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