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Política pra quê?

Recentes pesquisas eleitorais revelam um quadro desanimador a menos de 40 dias da votação de 7 de outubro, que elegerá, se tudo correr bem, o presidente da República, governador do Estado, senadores e deputados federais e estaduais. 

Estudo recente mostra que mais de 70% da população brasileira não se sentem representados pelos partidos políticos, por conta não só do grande número de casos de corrupção e da demonização da política por parte de formadores de opinião, incluindo a imprensa e, também, pela atuação precária de agentes públicos eleitos pelo voto popular. 

O cenário abre um viés propício ao surgimento de movimentos previamente ensaiados por forças alheias ao fazer política como coisa séria, mas, de outro lado, interessadas em comandar a gestão pública como forma de auferir ganhos bilionários sem o risco de uma proteção legalmente constituída em defesa da maioria da população. 

Nesse contexto, a esfarrapada democracia brasileira se afasta ainda mais do povo e passa a ser controlada por uma elite, com seus privilégios e ações que promovem o retrocesso social. Sem participação popular, os controladores desses meios atuam livremente, da forma como quiserem.   

A reforma trabalhista, aprovada em 2017, é um desses exemplos. Dos 10 deputados federais que formam a bancada capixaba em Brasília, somente dois foram contrários ao projeto, que precarizou ainda mais as relações de trabalho, causando enormes prejuízos aos trabalhadores e ampliação dos índices de desemprego. 

Os deputados Helder Salomão (PT) e Givaldo Vieira (PCdoB) se posicionaram contra a reforma, destoando do voto favorável de Lelo Coimbra (MDB), Paulo Foletto (PSB), Sérgio Vidigal (PDT), Evair de Melo (PV), Marcus Vicente (PP), Carlos Manato (PSL), Jorge Silva (SD) e Norma Ayub (DEM). Todos são candidatos à reeleição este ano. 

No Senado, os três representantes do Espírito Santo também votaram a favor da reforma. Rose de Freitas (Podemos), candidata ao governo, Ricardo Ferraço (PSDB) e Magno Malta (PR), que disputam a reeleição, da mesma forma que os deputados, repetem o mesmo discurso e, por meio deles, têm chances de manter os cargos que ocupam. 

No cenário eleitoral deste ano, as alterações são bem reduzidas e frutos da desinformação do eleitorado e do desinteresse de parte da população, que embarca na onda de desestímulo disseminada pela chamada grande imprensa. Com o refrão contido nas entrelinhas do noticiário de que todos os políticos são iguais e o fazer política não é mister de gente séria e honesta, afastam o povo.  

Sem a participação da população, no entanto, a política passa ao controle de agremiações partidárias e de políticos profissionais oportunistas, que manejam bem as palavras, mas trabalham para manter o povo afastado das decisões. 

Um viés perigoso, que demonstra a necessidade de a população se inserir na política, a fim de afastar oportunistas, principalmente os que usam o nome de Deus e se vestem como defensores de gente do bem para manter seus privilégios. 

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