Domingo, 28 Abril 2024

Quem manda?

Um episódio no processo eleitoral do Sindicato dos Rodoviários chamou a atenção da coluna esta semana. Os membros da chapa de oposição, que são apoiados pela CUT do Estado, usam uma camisa branca com a sigla da Central e o nome da chapa. Mas vimos que o pessoal da situação está usando uma camisa vermelha, com a sigla da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte (CNTT) e da CUT Brasil.



É estranho porque a Central não pode deve apoiar as duas chapas. Será que a CUT Brasil passou mesmo por cima da decisão da regional? O que se fala é que o pessoal da CNT é que veio ao Estado e distribuiu as camisas. Mas há quem diga que há o consentimento da central capixaba para isso. Que loucura é essa?



A Central surgiu para garantir democracia e participação no movimento sindical. Quando ela mesma perde o controle da sua posição em uma eleição de sindicato é porque tem alguma coisa errada.



A CUT surgiu no final da década de 1970 com esse propósito. Com a abertura democrática e a sucessão dos governos presidenciais, outras centrais surgiram no país para contrapor à CUT que segue a linha petista. Todas elas, porém, têm posições muito claras. A CUT não pode se perder dessa forma.



A Central vem sofrendo ao longo desses anos um profundo desgaste, com a perda significativa de sindicatos filiados, justamente por conta desses conflitos internos. A CUT precisa repensar seu modelo de atuação ou vai acabar se esvaziando. Episódios como esses confundem a cabeça dos trabalhadores e enfraquecem ainda mais o movimento sindical.



A liberdade e a autonomia conquistadas com muita luta pelos trabalhadores que formaram a Central, não pode ser desrespeitada. A CUT precisa falar uma língua só ou vai acabar falando sozinha.



Na verdade, essa esquizofrenia que vem tomando conta da CUT é um reflexo do que acontece no próprio PT, onde também falar a mesma língua tem se tornado cada vez mais difícil. A Central, apesar de não ser uma correia de transmissão do partido, é um grande sustentáculo. Sem conseguir se fortalecer, vai ficar difícil para a Central encontrar lideranças para manter sua atuação institucional e na sociedade.



Acorda CUT!

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