Chamou a atenção do mercado político o puxão de orelha da senadora Rose de Freitas (PMDB) na audiência pública realizada pela Comissão de Finanças da Assembleia na última segunda-feira (22). O que a senadora falou não é novidade para ninguém. Ela disse, em suma, que cansou de pedir recursos e ver os municípios perder as verbas por falta de projetos.
A afirmação da senadora reflete a falta de preparo das prefeituras e a necessidade de uma capacitação dos profissionais das municipalidades para buscar os recursos com os projetos que viabilizem os repasses. Mas em vez disso, a grande parte dos prefeitos prefere criticar a falta de atenção do governo federal com o Estado, a tal discriminação com o Espírito Santo.
A peregrinação de prefeitos a Vitória para os encontros com o governo do Estado e as reclamações aos senadores e deputados federais, é sempre com pires nas mãos. A política desenvolvimentista adotada no Espírito Santo a partir da década de 1070 e intensificada com a chegada de Paulo Hartung (PMDB) ao governo em 2002, tenta atrair investimentos internacionais para o Estado, que pouco recolhem de impostos e não garantem a empregabilidade que prometem.
Em suas fases de instalação, promovem ainda desigualdades sociais, que ficam por conta dos municípios. Isso não ajuda as prefeituras a se manterem, aliás, só traz ônus sociais. E tem tornado os municípios cada vez mais dependentes dessas verbas. Agora que as verbas do Estado e da União estão escassas, os municípios é que sofrem com a falta de alternativas para fazer suas economias se manterem.
Mas também não é para achar que os prefeitos são pobres coitados, porque cada vez mais a gestão pública precisa se profissionalizar, e o crivo dos eleitores está cada vez mais difícil de ser vencido. É preciso se capacitar, encontrar o caminho para buscar os recursos. Quem encontra esse caminho aparece melhor nas pesquisas eleitorais. Então, o jeito é fazer reciclagem.