A eleição de 2016 vai ser um bom termômetro para avaliar se o efeito dos escândalos e da crise política em nível nacional vai afetar os candidatos do PT no Estado. A cúpula do partido tem deliberação para que as estaduais coloquem candidaturas nas cidades mais importantes, neste sentido, Vitória, que já foi governada pelo partido por três vezes, tem quase que obrigação de lançar candidatura própria.
Neste sentido, o ex-prefeito João Coser, que tem mais musculatura política entre os petistas e desde o ano passado vinha dizendo a interlocutores de sua vontade de retornar à prefeitura, deve ser o nome do partido na disputa. Evidentemente, que ele vai ter de lidar com os ecos da crise política, que devem vir da candidatura do PSDB, e também do atual prefeito Luciano Rezende (PPS), que até aqui, é apoiado pelo PSB.
As duas siglas PSDB e PSB estão no campo da oposição nacional e devem levar, por meio de suas peças no tabuleiro eleitoral, o debate contra o atual governo do PT em nível nacional. Por isso, a capital é tão importante, já que mantém um debate que extrapola as questões locais. Além disso, nos municípios em que não há emissoras de TV, a propaganda da Capital é que é exibida, o que amplia a visibilidade deste debate.
Além de disputar as eleições, os candidatos do PT terão de atuar na defesa do governo federal. Isso coloca o debate em nível local, visando a desgastar os petistas em nível municipal. A questão é saber se a população vai mesmo entrar nesse jogo. O desgaste dos atuais gestores mostram que será necessária uma plataforma de campanha que vise a captar o apoio do eleitorado convencendo-o do comprometimento do candidato com o município.
Em um momento em que a crise bateu à porta das prefeituras como um todo, o debate meramente político pode prejudicar quem se desviar do foco da cidade. Há quem defenda, inclusive, o afastamento da disputa de bastidores entre Paulo Hartung (PMDB) e Renato Casagrande (PSB) para que não haja desvio do foco nem para a questão estadual.
O processo eleitoral de 2016, neste sentido, pode ser uma prova de fogo para os candidatos do PT, mas vai exigir que os críticos do partido tenham a capacidade de apresentar propostas que atraiam a atenção do eleitor para além da disputa de coxia.
Fragmentos:
1 – No geral, a bancada capixaba em Brasília vai bem nas questões de interesse da população, deixando de lado o populismo. A maioria dos nossos deputados federais está refletindo um pouco mais sobre questões que não são resolvidas com fórmulas mágicas.
2 – Já pensou se, assim como as críticas ao governo Paulo Hartung, as notícias sobre homicídios também forem barradas para legitimar a tal queda nos números no Estado?
3 – Se a situação política do prefeito de Vila Velha Rodney Miranda (DEM) já é ruim, imaginem agora com greve de professores da rede municipal! Como diria Milton leite: Que faaaaaaaase!