Domingo, 28 Abril 2024

Grito da Cultura quer celeridade de municípios para garantir investimentos

aldir_blanc_leonardo_sa-4566 Leonardo Sá

Novidade  

Depois de três anos como repórter de Século Diário, recebi um desafio: assumir a coluna CulturArte. Desafio feito, desafio aceito com um pouco de frio na barriga, pois substituir o colega Vitor Taveira nessa empreitada não é nada fácil. Mas vamos que vamos! Que seja uma forma de contribuir positivamente para a cultura do Espírito Santo. 

Política cultural 

Leonardo Sá

Após a apresentação, falo de uma iniciativa pra lá de necessária: o Grito da Cultura elabora uma carta a ser encaminhada aos municípios cobrando celeridade na organização das estruturas necessárias para receber recursos como os do Programa Fundo a Fundo de Coinvestimento da Cultura. Para isso, busca a assinatura de coletivos e grupos culturais, movimentos sociais, mandatos, partidos políticos, sindicatos e todos que quiserem fortalecer a luta do setor cultural, que podem fazer isso neste link.

Não se pode esquecer que, no ano passado, 49 municípios se inscreveram no processo, mas três deles não concluíram a inscrição por falta de documentações, como é o caso de Vitória, o único dos 10 municípios mais populosos a ficar de fora dos Coninvestimentos. Sobraram, então, 46, mas Linhares, Aracruz, Colatina, Venda Nova do Imigrante, Marechal Floriano, Alegre, Pinheiros, Montanha e Laranja da Terra, que haviam sido habilitados para receber o recurso, acabaram desistindo. No final das contas, 35 receberam, número que foi considerado bom por uma parcela da classe artística, mas pode ser bem melhor, pois são 78 municípios. Quer dizer, esse índice não chega a 50%. 

Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2 

A carta também engloba as leis Paulo Gustavo (Lei Complementar 195/2022) e Aldir Blanc 2 (Lei 14.399/2022). Vale lembrar que as iniciativas são uma conquista dos artistas brasileiros diante da necessidade de políticas com foco nesses profissionais, que estão entre os mais prejudicados pela pandemia da Covid-19. Há muita ideia de projetos na cabeça, mas a demanda segue reprimida apesar de as leis terem sido aprovadas e sancionadas, impossibilitando de serem aplicadas por causa da Medida Provisória (MP) nº 1.135/2022, do Governo Bolsonaro (PL). A MP foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro passado. Agora, a previsão é de que em breve as leis sejam, enfim, de fato aplicadas.

Corrida contra o tempo 

Por falar em recursos para cultura, os artistas capixabas têm até esta segunda-feira (13), às 18h, para se inscrever nos Editais da Cultura 2022, da Secretaria Estadual de Cultura (Secult). Então, quem deixou para a última hora pode "apertar o passo" para finalizar a escrita do projeto, providenciar as cartas de anuência e tudo o mais que for necessário. São 14 editais, divididos em 48 linhas. Este ano, 439 projetos serão contemplados. O investimento é de R$ 16,1 milhões, um aumento de R$ 2 milhões em relação à última edição. 

Mulheres de Barro 

Divulgação

A bela fachada azul e rosa do Babado Bar, em Goiabeiras, Vitória, ganhou um reforço no visual, mas como forma de protesto. Os proprietários picharam a frase "Mulheres de barro valem ouro! Cadê a voz da paneleira?". A iniciativa é uma forma de se manifestar contra a negativa da Prefeitura de Vitória em atender ao pedido de custeio de hospedagem e alimentação feito pelas paneleiras para irem ao desfile da Inocentes de Belford Roxo, escola de samba que irá homenageá-las na Sapucaí, no Rio de Janeiro. Como noticiado durante a semana por Século Diário, a gestão municipal se propôs a custear somente a passagem "bate-volta", considerada "cansativa". De fato, mulheres que dão prosseguimento a uma tradição ancestral de mais de 400 anos e projetam o nome de Vitória e do Espírito Santo para todo o Brasil deveriam ser muito mais valorizadas. 

Nem tão inocente assim!

Sim, a prefeitura errou, agiu com descaso, mas a Inocentes de Belford Roxo também "tem culpa no cartório", pois não há empenho da agremiação em possibilitar a ida e estadia das homenageadas no Rio de Janeiro. É como promover uma festa de aniversário e não fazer muita questão da presença do aniversariante.

 Até a próxima coluna!

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