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​’Os petroleiros estão muito dispostos a fazer greve’, avisa sindicato

Categoria aprovou estado de greve após 10 assembleias realizadas em vários pontos do Estado

Terminaram nesta sexta-feira (17) as assembleias da categoria petroleira no Espírito Santo, que começaram em sete de dezembro. Ao todo, foram 10, nas quais a categoria decidiu entrar em estado de greve, abrindo caminho para a realização de um movimento grevista caso o Governo Bolsonaro (sem partido) leve adiante a ideia de privatizar a estatal. “Os trabalhadores estão muitos dispostos a fazer greve”, reforçou o coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro/ES), Valnísio Hoffmann.

Foto: Divulgação

Segundo Hoffmann, a deliberação pelo estado de greve é o retrato do sentimento da categoria. “Estamos prontos para lutar contra a privatização. Não é um governo fascista e entreguista que vai colocar a Petrobras nas mãos dos abutres entreguistas”, afirmou.

Ele acredita que 2022 será um de muitas mobilizações para os petroleiros, pois a luta contra a privatização não é o único desafio. O próximo ano será marcado também pela negociação do Acordo Coletivo, exigindo da categoria que se articule para garantir que não haja perda de direitos. Outra luta que será travada, diz Hoffmann, é a da não reeleição de Bolsonaro para a presidência da República.

O dirigente sindical defende ainda que é preciso tirar a extrema direita de outros espaços, como as gestões estaduais, assembleias legislativas e Congresso Nacional. Ele destaca que não reeleger Bolsonaro é também retirar de dentro da Petrobras pessoas que estão em cargos estratégicos, alinhadas ao presidente.
“As pessoas que ocupam esses cargos estão alinhadas a uma política de entreguismo e de criminalização dos sindicatos, causam a precarização do trabalho e, inclusive do atendimento de recursos humanos, que hoje não tem relacionamento humano, pois o sistema de RH foi robotizado”, destaca.
Apesar de as assembleias terem terminado no Espírito Santo, elas ainda não chegaram ao fim em todas regiões do País, mas a expectativa é que o estado de greve seja aprovado no território nacional.
O coordenador-geral do sindicato salienta que privatização é “uma falácia” e exemplifica com o que ocorre na BR Distribuidora e na Liquigás. No caso da Liquigás, Hoffmann recorda que sua privatização foi defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como uma forma de reduzir pela metade o valor do gás de cozinha, o que não aconteceu. Quanto à BR Distribuidora, ele afirma que pouca gente sabe que ela não pertence mais à Petrobras, uma vez que foi comprada por uma empresa chamada Vibra, que tem autorização para utilizar a logomarca da estatal durante cinco anos.
“A privatização é uma falácia. Prometem, prometem e não cumprem. O combustível está caro e o gás de cozinha também. É a ganância do mercado. Os investidores estão preocupados com o lucro, mas deveriam ouvir mais o choro das famílias do que o próprio bolso. Querem ganhar em cima do sofrimento das pessoas, mas os petroleiros não irão deixar”, avisa Hoffmann.

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