Proposta de enquadramento mantém perdas, afirmam professores de Vila Velha
Após o magistério de Vila Velha aprovar estado de greve, a gestão de Arnaldinho Borgo (Podemos) apresentou uma nova proposta de enquadramento. Os professores, entretanto, entendem que ainda não atende à categoria, por manter o acúmulo de perdas. Eles reiteram que a reivindicação é a revogação do novo plano de cargos, salários e carreira do magistério, aprovado por unanimidade pela Câmara de Vila Velha, em dezembro do ano passado.
A professora da rede municipal de ensino e integrante do Fórum Permanente de Profissionais de Educação de Vila Velha (FOPPEVV), Luanda Firme de Mello, relata que, na proposta de enquadramento, a gestão municipal fez um escalonamento que divide a categoria entre profissionais de zero a cinco anos de carreira, seis a 11, 12 a 17, 18 a 24, e mais de 24. Quem se enquadra no primeiro grupo, não terá avanço na faixa. Nos demais há avanços, mas não atingem o estabelecido antes do novo plano, que provocou regressão.Luanda exemplifica seu caso. Em uma das cadeiras em que atua, está na faixa 11, mas com a mudança no plano, desce para cinco. Com a proposta de enquadramento feita pela gestão municipal, avança para 8, ou seja, ainda fica três faixas atrás. Na outra cadeira, está na faixa oito, descendo para a primeira com o novo plano, e subindo para a segunda com a proposta de enquadramento.
Isso acontece, aponta, porque no plano aprovado em dezembro, foram tiradas as progressões por mérito e tempo de serviço. Ela explica que quando há progressão, ocorre mudança de faixa. Com a regressão estabelecida no novo plano, há uma desvalorização da carreira, fazendo com que o salário de pessoas com mais tempo de serviço não seja tão diferente em relação aos profissionais com menos tempo.
Isso acontece, aponta, porque no plano aprovado em dezembro, foram tiradas as progressões por mérito e tempo de serviço. Ela explica que quando há progressão, ocorre mudança de faixa. Com a regressão estabelecida no novo plano, há uma desvalorização da carreira, fazendo com que o salário de pessoas com mais tempo de serviço não seja tão diferente em relação aos profissionais com menos tempo.
O estado de greve foi decretado no dia 17 de março, em assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes). A partir daí, as ações de mobilização passarão a ser mais cotidianas. Uma das atividades já marcadas é um ato público no dia 5 de abril, em frente à prefeitura. Também em abril, no dia 11, acontecerá uma assembleia cuja pauta ainda será definida, pois depende de como serão as negociações com a gestão do prefeito Arnaldinho Borgo.
A decisão do magistério se deu não somente em decorrência do plano de cargos e salários. Conforme explica o professor e integrante do FOPPEVV, Vinicius Machado, foi também devido à precarização do ensino. Ele relata que escolas estão sucateadas, há salas superlotadas, faltam auxiliares, cuidadores e professores da educação especial. O professor também denuncia o fechamento de turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Em janeiro, o Fórum de Educação de Jovens e Adultos (EJA) chegou a acionar o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) contra o fechamento de sete turmas de EJA na rede municipal de ensino. O grupo apontou "negação de direito à educação" e requereu que o MPES tome providências de maneira urgente, "em função do início do ano letivo que se aproxima". O Fórum destacou que os alunos formam "um grande número de estudantes, que historicamente tiveram seus direitos negados, mas resistem ao retornar à escola".
Professores da rede de Vila Velha aprovam estado de greve
Como parte das mobilizações, que agora serão frequentes, haverá um ato no dia 5 de abril em frente à prefeitura
https://www.seculodiario.com.br/educacao/professores-da-rede-municipal-de-vila-velha-aprovam-estado-de-greve
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