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Correição no Juizado da Infância da Serra deverá durar três semanas

Rubinho Gomes
Especial para Século Diário
 
    Foto: André Barros
A desembargadora Catarina Novaes Barcellos (foto, centro), vice- corregedora-geral da Justiça, garantiu na tarde desta segunda-feira (16), ao presidir a audiência de instalação da correição geral extraordinária na 1ª Vara de Serra, que espera concluir os trabalhos no prazo de três semanas e que todas as partes interessadas em processos que tramitam ou tramitaram naquela serventia serão ouvidas nos próximos dias.
 
 
As oitivas serão feitas pelos juízes corregedores Aldary Nunes Filho e Ezequiel Turíbio, também presentes no local. A audiência contou ainda com a corregedora do Ministério Público, Penha Saudino, com o presidente da Associação dos Magistrados do Espírito Santo (Amages), Sérgio Ricardo de Souza, e com o representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-ES, Bruno Ribeiro Machado. 
 
A sala de audiências da 1ª Vara da Infância e da Juventude ficou pequena para acomodar advogados e partes interessadas na revisão de processos. Duas advogadas chegaram a se manifestar após os pronunciamentos da vice-corregedora, e da representante do Ministério Público.
 
A desembargadora Catarina Barcellos assegurou que “todos terão ampla liberdade de apresentar suas alegações na revisão de processos nos próximos dias”. Dentre as irregularidades que serão apuradas estão os fatos relacionados ao caso de um servidor público federal que conseguiu adotar quatro crianças mesmo estando respondendo a processo pelo crime de pedofilia na 2ª Vara Criminal da Serra. 
 
De acordo com denúncia formulada pelo promotor Fernando Antonio Bermudes de Mattos, no dia 19 de junho deste ano, o servidor Wellington Risperi foi acusado pelos familiares de quatro supostas vítimas de pedofilia (com idades entre quatro e 16 anos) e chegou a cumprir dois meses de prisão temporária no presídio de Viana por determinação da Justiça, mas atualmente responde ao processo em liberdade. 
 
Outro caso relatado nos bastidores da audiência desta segunda-feira (16) por um advogado refere-se à concessão de tutela a guardiões provisórios de um bebê. Segundo ele, a criança teria sido retirada da mãe poucos dias após o nascimento.
 
A juíza Gladys Pinheiro, titular da 1ª Vara da Serra, falou com exclusividade para Século Diário sobre as denúncias pouco antes da audiência. Ela considera que suas decisões “sempre foram resultado de um trabalho sério, transparente e respeitável” e que está tranquila quanto aos atos praticados, mas pondera que “mesmo se ao final dos trabalhos as denúncias forem consideradas improcedentes, o ato de fiscalizar o trabalho dos juízes é a missão da Corregedoria, pois o Poder Judiciário deve sempre ser independente”. 
 
Ela espera que a correição não afete o Programa de Adoções em curso na Serra e que o trabalho dos corregedores deverá contribuir para aperfeiçoar, sobretudo, o programa de adoções tardias, que atendem a crianças e adolescentes que esperam anos por uma família substituta. “Erros podem existir, mas não há processos onde a intenção não seja a de proporcionar o melhor para a infância e juventude”, assegurou a juíza.
 

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