terça-feira, fevereiro 18, 2025
25.9 C
Vitória
terça-feira, fevereiro 18, 2025
terça-feira, fevereiro 18, 2025

Leia Também:

Governo do Estado vai gastar R$ 100 mil por mês com grampos telefônicos

O governo do Estado vai gastar quase R$ 100 mil mensais com a empresa catarinense Dígitro Tecnologia, responsável pela operação dos serviços de escutas telefônicas (Sistema Guardião). A empresa presta ainda o serviço de monitoramento de redes sociais, oferecido na forma de “brinde”. O aviso da assinatura do novo contrato com a empresa, que presta os serviços desde o governo passado, foi publicado no Diário Oficial do Estado. Apesar disso, a publicação não faz menção ao período de vigência da contratação feita sem prévia licitação.

A Secretaria estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) também não informa o valor total do contrato com a Dígitro – desde a última quarta-feira (16), a reportagem busca as informações com a pasta. A única referência é o custo mensal do novo acordo, estimado em R$ 97.252,50. Esse valor é próximo ao que é pago hoje pelo governo à empresa que opera o Guardião. De acordo com dados do Portal da Transparência do próprio Executivo, o custo atual do sistema gira em torno de R$ 100 mil mensais – no mês passado, o governo desembolsou R$ 94.857,53 para esta finalidade.

Nos últimos seis anos, a empresa faturou um total de R$ 6,17 milhões, sendo quase um terço (R$ 2,04 milhões) nos dois últimos anos de governo Paulo Hartung (PMDB) – quando os dados passaram a ser divulgados. Já o ano com maior registro de gastos com o serviço de inteligência foi de 2012, quando foram pagos R$ 2,95 milhões à empresa. Somente este ano, a Dígitro recebeu R$ 589 mil, valor superior ao que a empresa faturou em todo ano passado (R$ 578 mil).

A empresa catarinense fornece desde o governo passado o sistema Guardião, que promove as interceptações telefônicas com autorização judicial. No entanto, o uso excessivo dos grampos em investigações no Estado chegou a provocar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para apurar a prática de grampo na Rede Gazeta. Durante a apuração da morte do juiz Alexandre Martins, crime ocorrido em 2003, os jornalistas da maior empresa de comunicação do Espírito Santo teriam sido grampeados de forma irregular.

Na época, as autoridades responsáveis pelas interceptações alegaram que a Rede Gazeta foi grampeada por engano, devido a um erro da operadora que trocou um dígito no número de celular investigada. Apesar do “equívoco”, a polícia chegou a solicitar a prorrogação da interceptação à Justiça. Na época, a Sesp era comandada pelo atual prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), que foi responsável pela “descoberta” do atual titular da pasta, André Garcia, licenciado do cargo de procurador do Estado de Pernambuco.

Mais Lidas