Na praia de Santa Mônica, ao norte da cidade de Guarapari, a plantação de uma área de restinga tem trazido problemas para moradores desde meados de 2012. Após a prefeitura do município ter solicitado liberação ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) para construir um calçadão na praia, o órgão exigiu como contrapartida o plantio de restinga.
A exigência de uma contrapartida ambiental a construções – e outros tipos de empreendimento que levem algum dano ao meio ambiente – é procedimento de praxe em órgãos ambientais de todo o país.
Porém, ao cumprir as exigências do órgão, a prefeitura escolheu uma planta de restinga elevada, com altura superior a três metros, conhecida como “Verônica”. E é exatamente o tamanho dessa vegetação que tem trazido problemas aos moradores: o local está servindo de abrigo a usuários de drogas, depósito de lixo e inclusive para pessoas manterem relações sexuais.
As informações são do presidente da Associação Representativa da Região Norte de Guarapari (Arreng), Ivo Sant’Anna. O morador questiona o porquê da escolha da vegetação, já que havia a possibilidade de se plantar tipos menores, como o conhecido por “feijão da praia”, vegetação rasteira típica de restinga.
Segundo ele, já foi solicitado ao Iema e à prefeitura no mínimo a poda da vegetação. Porém, foi respondido que, por se tratar de contrapartida ambiental, nada poderia ser feito. Sant’Anna também reclama da relação dos órgãos públicos, que não teriam dado a atenção devida aos pedidos e às denúncias.
Além das práticas ilícitas que estão sendo praticadas no local, a vegetação chegou a tal tamanho que obstruiu certas partes do próprio calçadão.
O problema foi levado também ao Promotor de Justiça da Comarca de Guarapari, em ofício datado de 19 de novembro de 2012, mas, até agora, nada foi feito. Sant’Anna afirma que há a preocupação dos próprios moradores tomarem providências “pelas próprias mãos” – cortando ou até queimando a vegetação.