Quinta, 18 Abril 2024

Dos 50 princípios ativos mais usados em agrotóxicos no Brasil, 22 estão banidos em outros países

Dos 50 princípios ativos mais usados em agrotóxicos no Brasil, 22 estão banidos em outros países
Vinte e dois dos 50 princípios ativos mais usados em agrotóxicos no Brasil estão banidos em outros países. A denúncia é  da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em dossiê. A organização atualizou estudo que recebeu o título “Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde”, versão lançada esta semana.
Os especialistas destacam ainda haver uso além da necessidade técnica, e que existem métodos menos tóxicos e eficientes para o controle de pragas. O agronegócio  comprou só em 2012, 823.226 toneladas de agrotóxicos, entre os quais muitos proibidos em outros países. De 2000 a 2012, o aumento em toneladas compradas foi 162,32%. 
Os venenos agrícolas causam doenças que produzem doenças como o câncer, malformação de feto, impotência sexual e frigidez, doenças cardíacas e nervosas. No Espírito Santo, os agrotóxicos matam mil pessoas por ano. 
A partir de 2009, o Brasil passou a ser o maior consumidor de venenos agrícolas do mundo. O consumo representa uma média de 5,5 quilos por brasileiro por ano.
O dossiê da Abrasco aponta que o uso de agrotóxicos está diretamente relacionado à expansão da monocultura e dos transgênicos. 
Desde a primeira edição do dossiê, o debate sobre a questão foi ampliado na sociedade civil e também no governo. Foi criado o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), cuja minuta está pronta, mas não foi lançada oficialmente pelo governo.
O dossiê é uma revisão da versão publicada em 2012. O documento tem mais de 600 páginas, com o acréscimo de estudos científicos e decisões políticas que envolvem os agrotóxicos. Reúne informações sobre a relação direta entre uso de agrotóxicos e problemas de saúde, como os que foram divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Na atual edição do dossiê, foi incluído um capítulo que aponta o caminho da agroecologia como forma sustentável e saudável de produção no longo prazo.
O documento aponta ainda dez ações emergenciais, entre as quais priorizar a implantação de uma Política Nacional de Agroecologia no lugar do financiamento público ao agronegócio, impulsionar debates internacionais, e enfrentar a concentração do sistema alimentar mundial.
Também é apontado que é preciso banir no Brasil os agrotóxicos já proibidos em outros países e realizar a revisão dos parâmetros de potabilidade da água, para limitar o número de substâncias químicas aceitáveis e diminuir os valores máximos permitidos. E, ainda, que deve ser proibida a pulverização aérea de agrotóxicos. 

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