
A Associação dos Amigos da Praia de Camburi (AAPC) convida para o que define como o maior manifesto socioambiental do Espírito Santo.
O foco do evento é a despoluição da praia de Camburi, integrando na luta toda a sociedade pela educação ambiental. O evento visa ainda “chamar a atenção das autoridades para um grave problema ambiental pelas atividades humanas que aflige o povo capixaba, diminuindo a qualidade de vida e degradando nossos ecossistemas”, afirmam os organizadores.
AAPC também convida nadadores e remadores para a ação. “Se você não nada, nem rema, também está convidado a prestigiar essa turma que ficará 24 horas na Praia de Camburi protestando pela despoluição de nossa querida praia. Chega de esgoto e poluentes químicos”, registra a AAPC.
No final do evento, no domingo (30), os participantes darão um abraço simbólico na Ilha do Socó. Os contatos para inscrição podem ser feitos por e-mail [email protected] ou no Facebook
Os organizadores cobram ações dos poderes públicos. Afirmam que querem, mesmo, é ver o Ministério Publico Estadual (MPES) honrar a palavra e mandar a Vale retirar o minério na zona norte da praia e obrigar a empresa a mudar o sistema de decantagem para não cair mais minério dentro do mar.
Um dos organizadores do evento é a Associação dos Amigos da Praia de Camburi (AAPC). O presidente da ONG é Paulo Pedrosa.
Vale
A Vale deve à sociedade a recuperação da vegetação de restinga, da praia e do fundo do mar em Camburi, em Vitória. A empresa poluiu a região de 1969 a 1984 de forma sistemática. Como registra o Ministério Público Federal (MPF) em ação civil pública contra a empresa na Justiça Federal. E ainda polui.
A ação judicial tramita na 5ª Vara Federal Cível no Espírito Santo. Desde o começo do lançamento do minério de ferro no mar, a destruição produzida pela empresa prejudica o ambiente e a população. Sem correção, ameaça as gerações futuras.
O minério contaminou uma área de 110 mil metros quadrados de vegetação de restinga, de praia e do mar em Camburi. Do minério que a Vale jogou no local, pelo menos 60 mil metros cúbicos estão depositados no fundo do mar. Formam uma montanha marinha, cobrindo o ambiente natural. O minério impede a reprodução de espécies que entram na cadeia alimentar dos peixes e do homem.
Com a ação civil pública ajuizada pelo MPF na Justiça Federal e as manifestações da sociedade civil, como a maratona, a situação pode mudar em Camburi. A ação judicial contra a Vale recebeu o número 0101820-77.2015.4.02.5001.