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Na rede social, críticas à produção do plano para recuperação da mata atlântica de Conceição da Barra

As redes sociais estão repercutindo, negativamente, as informações de que as empresas que destruíram, e ainda destroem, o pouquíssimo que resta da mata atlântica,  financiarão  o  Plano de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA) de Conceição da Barra. 
 
Embora o acordo com as empresas  que  bancarão o plano tenha sido divulgado somente em fevereiro, sua produção está sendo costurada desde o ano passado, segundo pessoas da região. 
 
Formalmente, foi conduzido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Saneamento, Habitação e Meio Ambiente (SEMDESHMA) da prefeitura de Conceição da Barra, cujo secretário é André Luiz Campos Tebaldi. 
 
Na Plataforma  Lattes, Tebaldi informa que possui graduação em Ciências Biológicas, tem cursos de especialização, além de mestrado em Ciências Florestais pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).  É servidor de carreira do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos  (Iema)  e  informa ainda sobre o cargo que ocupa atualmente em Conceição da Barra.
 
Outro mentor do projeto que colocou o município de Conceição da  Barra como o primeiro do Estado a encaminhar a produção do plano,  é apontado como Alexandre Segóvia da Silveira, até o ano passado diretor administrativo do Iema.  
 
Alexandre Segovia da Silveira também informa ter mestrado, e é servidor  efetivo do Iema,  com o cargo de analista de suporte em desenvolvimento ambiente e recursos hídricos. 
 
É considerado um aliado fiel da Aracruz Celulose (Fibria), e está onde a empresa precisa de seus serviços. Já atuou  como secretário nos municípios de Conceição da Barra, na gestão Nélio Ribeiro Nogueira;   de São Mateus,  na administração Rui Baromeu; e em  Linhares,  com Guerino Balestrassi (PSDB).
 
O prefeito de Conceição da Barra é Jorge Donati (PSDB), empresário do ramo sucroalcooleiro.  Donati Agrícola, é uma das empresas que o município anuncia que financiarão a elaboração do PMMA. O carro chefe, contudo, é a  Aracruz Celulose (Fibria), seguida pela Petrobrás, Infinity Bio Energy, Suzano Papel & Celulose e  e Alcon.
 
A vegetação nativa  de Conceição da Barra foi destruída principalmente pela Aracruz Celulose (Fibria). Seus eucaliptais destruíram não só a água e o solo da região  –  as terras  das antigas plantações são atualmente improdutivas  – , como os contaminou com agrotóxicos. 
 
Os venenos agrícolas são lançados não só sobre a terra e água, como até mesmo sobre comunidades inteiras. Como a terra está exaurida, a Aracruz Celulose (Fibria) agora planta seus eucaliptais até em  Áreas de Proteção Permanente (APPs), sem ser incomodada pelo governo do Estado,  e em algumas das áreas antes usadas como  estradas. 
 
Os eucaliptais e canaviais cobrem mais de 90%  do  município. E as poucas pequenas propriedades do município estão cercadas pelos eucaliptais. Na prática, não servem nem mesmo para a produção de alimentos de subsistência. 
 
Sobre o PMMA de Conceição da Barra, no site do município tem a  informação de que “ainda na reunião da última terça-feira (25/02) , a administração oficializou ,a parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, por meio do Termo de Cooperação Técnica, para consultoria junto à equipe da SMDEMA”.
 
As informações levaram a uma  série de manifestações na rede social. A própria notícia publicada recebeu comentários, um deles de Walison Vasconcelos. Ele afirmou: “uma máfia e corrupção no parque e na prefeitura de Conceição da Barra é uma verdadeira operação lava mata”.
 
Também comentou  Oriente Oliveira. “Estão destruindo minha terra natal ate quando vamos cruzar os braços para esta  barbárie ? Cadê o terceiro setor devem esta só pensando nos seus relatórios e nos seus grandes salários também.  qui nojo”.
 
No Facebook, Walison Vasconcelos, voltou ao tema. Afirmou que “tem gente si beneficiando com as queimadas e fazendo projeto de reflorestamento milionário  acorda Itaunas”. Dez pessoas curtiram o assunto. Renanzin Itaunas, pergunta: “ Sera!?”. Segue Rafhael Porto Brandão: “Muita gente se beneficiando”. 
 
Já Ronison Campos da Paixão, fez um comentário mais longo: “Depois dessa da até pra desconfiar de quem fez o projeto milionário de reflorestamento por que não existiram motivos para tantas queimadas ao redor da vila de Itaúnas, norte do ES. Só fico chateado pq a natureza é quem paga e o sacana do ser humano é quem se favorece da ocasião para se beneficiar, mais ainda insisto em dizer que estamos vivendo uma situação de política meliciana e quem faz parte é capaz de tudo”.
 
A Fundação SOS Mata Atlântica não se manifestou sobre um pedido de entrevista a um dos diretores para informar sobre o tema. No seu site,  a  fundação informa que apoia os municípios na produção dos planos municipais de mata atlântica, considerando a importância do projeto. 
 
Também cita que “a mata perdeu quase toda a sua cobertura original ao longo da história do Brasil. Hoje, restam 8,5 % de remanescentes florestais acima de 100 hectares do que existia originalmente. Somados todos os fragmentos de floresta nativa acima de 3 hectares, temos atualmente 12,5%.”.
 
No Espírito Santo, a cobertura da vegetação nativa é de  apenas 7%, com grande fragmentação do bioma.  

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