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ONGs exigem recuperação do Rio Jucu e cobrança pelo uso da água a grandes usuários

A estruturação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Jucu e a criação de sua Agência de Águas são duas medidas essenciais para viabilizar a adoção de medidas de recuperação de um dos mais importantes mananciais do Espírito Santo, que abastece 1,1 milhão de pessoas na Grande Vitória.

São também duas das pautas prioritárias do futuro Fórum do Rio Jucu, que está sendo criado pelas organizações não governamentais ambientalistas que atuam na área de abrangência da Bacia Hidrográfica do Rio Jucu.

“A primeira reunião do Fórum deve acontecer no dia nove de maio”, antecipa Thiago Vescovi, do Movimento Culturada Viral, na comunidade da Barra do Jucu, em Vila Velha, uma das mais afetadas pelo assoreamento e poluição do rio.  “Em 2016, a boca da barra fechou por mais de dez vezes e matou toneladas de peixes”, recorda Thiago.

Curto, médio e longo prazo

Outras pautas referem-se às ações de curto e médio prazo, a serem implementadas pelos governos estadual e municipais – Domingos Martins, Marechal Floriano, Viana, Cariacica, Guarapari e Vila Velha – para recuperação do rio.

De imediato, resume Thiago, podem ser feitas ações de orientação aos produtores rurais, indústrias e outros grandes consumidores das águas do Jucu, para racionalizar o uso; também a doação de fossas, filtros e sumidouros, a construção de caixas secas nas estradas; e desassoreamento do leito, por meio de dragagem e retirada de lixo.

Ações de médio e longo prazo incluem a recomposição da mata ciliar, o tratamento do esgoto lançado in natura, orientação e orientação e fiscalização, junto aos produtores rurais, com relação à legislação ambiental, especialmente no que diz respeito às Áreas de Preservação Permanente (APPs); além da adoção de programas de educação ambiental em escolas e com a população em geral.

Usuários dominam o Comitê

O ambientalista ressalta que é preciso estruturar o Comitê, para que a sociedade civil possa participar de forma mais efetiva, já que o Poder Público está praticamente ausente, sem representação ativa de nenhuma prefeitura, e a ONGs não contam com qualquer apoio para participar das reuniões.

O resultado é que apenas uma das partes – o Comitê é tripartite –, a dos usuários, tem prevalecido na defesa de seus interesses. “O secretário-executivo do Comitê é representante da Cesan [Companhia Espírito Santense de Água e Esgoto], que não tem nenhuma ação de recuperação do rio,  e as reuniões acontecem, via de regra, na sede da Guaraná Coroa”, descreve Thiago.

O Fórum, em gestação pelas ONGs, visa empoderar a sociedade civil, dando-lhe mais voz, para cobrar do Poder Público as ações de recuperação, a estruturação do Comitê e a criação da Agência de Águas, para viabilizar a cobrança pelo uso da água dos grandes usuários.

Abrace o Rio Jucu

Essas e outras demandas, além da denúncia do estado lastimável em que se encontra o manancial, serão denunciadas pela comunidade da Barra do Jucu neste domingo (26), durante o ato “Abrace o Rio Jucu”.

O ato terá início às 8h, saindo da Praça Pedro Valadares, em direção à Rodovia do Sol, onde ocupará uma via no sentido sul-norte, até alcançar a ponte Waldir Zanotti. Atravessando para a outra via, os manifestantes ocuparão os dois lados da rodovia, simbolizando o abraço ao rio. 

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