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Suzano derruba casa de casal de idosos de 84 e 76 anos em Conceição da Barra

Familiares contaram 40 PMs envolvidos na operação, que chocou a população da cidade pela truculência

Reprodução

Mais uma ação truculenta da Suzano (ex-Fibria e ex-Aracruz Celulose) em busca de manter seus domínios sobre a terra chocou a população de Conceição da Barra, no norte do Estado. O fato aconteceu nessa terça-feira (25) contra um casal de idosos, quando representantes do Jurídico da empresa, acompanhados de policiais militares, guiaram uma operação de demolição da residência e outras benfeitorias.

O Sítio, chamado Marianinha, localiza-se a 14km de Itaúnas, próximo ao balneário de Costa Dourada, já na divisa com a Bahia, segundo relato dos filhos dos idosos, foi comprado de um posseiro anterior, há 27 anos, período em que o casal vive no local, com um dos filhos, onde cultiva lavouras, como coco e pimenta-do-reino, cria galinhas e porcos , e fabrica carvão.

Um documento enviado para Século Diário mostra o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em nome da anciã, Dona Maria Concebida Vasconcelos de Azevedo, de 76 anos, que é tia do prefeito municipal, Mateusinho do Povão (PTB).

“A gente tem toda a documentação, paga”, alega uma das filhas, Valnete Vasconcelos de Azevedo, em vídeo filmado durante a operação de demolição, informando ter ido buscar o pai, Emanuel Ferreira de Azevedo, de 84 anos, que passou mal e se recusava a sair de casa. “A polícia dizia que se o pai não saísse por bem, sairia na marra. A gente teve que ir lá para tirar ele e não acontecer nada pior”, afirma outro filho, Valdeir Vasconcelos de Azevedo, o Deí.

Deí conta ter visto pelo menos 40 policiais militares e sete ou oito viaturas, mostrando a desproporcionalidade da presença policial diante de um casal de idosos. “E a gente estava com o mapa do Idaf [Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal] mostrando a demarcação do sítio!”, exalta.

Reprodução

Um outro filho alerta, em vídeo, para um fato que considera irregular. Apontando para uma mulher, ele diz “ela se apresentou como advogada da Suzano e foi ao Fórum de Conceição da Barra no carro do Estado, com o oficial de justiça Luciano. O que ela é do Estado? Ela diz que é advogada da Suzano”, pergunta.

“Muito triste”, diz, informando que a Justiça deu prazo de 48 horas para a retirada de todos os pertences. “Meus irmãos já procuraram advogado para entrar na Justiça com pedido de reintegração de posse. Aquela terra é nossa”, protesta.

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