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Turismo de observação de baleias tem grande potencial no Espírito Santo

O litoral capixaba é um dos locais preferidos das baleias Jubarte, ao longo de todo o extenso trecho, de milhares de quilômetros, que elas percorrem em suas migrações anuais, saindo da Antártida para se reproduzirem em águas mais aquecidas.
 
O ponto mais ao norte que elas chegam é a linha do Equador (curiosamente, todas as baleias, sejam as da Antártida ou do Ártico, não ultrapassam a linha do Equador), mas a maioria não passa do Nordeste brasileiro, sendo o Banco de Abrolhos e também o litoral capixaba praticamente todo a região preferida para acasalamento e nascimento dos filhotes.
 
A explicação dessa preferência ainda não é cientificamente descrita, mas supõe-se que a explicação seja a profundidade e mansidão das águas. “O primeiro respiro do filhote após o nascimento precisa ser feito com ajuda da mãe, que o leva até a superfície da água. Em águas mais profundas, o risco dele cair e se perder é muito maior”, pondera Lupércio Araújo, diretor do Instituto Orca (Organização Consciência Ambiental).
 
A temporada reprodutiva na região tem início em julho e se estende até novembro. Algumas famílias podem permanecer mais tempo, até dezembro ou janeiro, aguardando que o filhote ganhe mais peso e resistência para a viagem de volta. Mas o pico de observação é o mês de agosto e um pouco de setembro. Em outubro, a maioria dos animais inicia o retorno à Antártida.
 
O turismo de observação de baleias tem em Abrolhos a principal referência no Brasil. O Banco de Abrolhos envolve também boa parte do litoral norte capixaba e o Arquipélago, que concentra a maior biodiversidade, é protegido legalmente por um Parque Nacional Marinho. A proteção formal ajuda em muito a fazer prosperar a indústria limpa do turismo sustentável. Um potencial ainda não explorado no Espírito Santo, que tem atributos especiais para a atividade.
 
Além do litoral norte, integrante do Banco de Abrolhos, Lupércio destaca o mar de Guarapari, principalmente na região das Três Ilhas, que já é reconhecido como um dos lugares de maior biodiversidade marinha do Atlântico sul. “Entre os meses de julho a setembro, mas especialmente em agosto, basta navegar 20 milhas em uma linha perpendicular à costa, para ter boas chances de avistar as baleias”, conta o diretor do Orca.
 
Outra ONG capixaba, o Instituto Canal, tem trabalhado, junto do Instituto Baleia Jubarte – com sede na Bahia – para o mapeamento dos principais pontos de concentração das Jubarte no Estado e posterior desenvolvimento do turismo sustentável no Estado. 

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