O foco nos bastidores da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (28) está voltado para as movimentações na 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), que vai examinar o recurso do deputado estadual Sérgio Borges (PMDB) contra a condenação por desvios de diárias na Casa.
Na decisão de 1º grau, Borges foi condenado à perda dos direitos políticos por oito anos e obrigado a restituir os cofres públicos em R$ 6,9 mil, valor das diárias recebidas indevidamente. A movimentação está sendo acompanhada de perto pelo plenário, porque além de se tratar do líder do governo, o peemedebista é um presidenciável.
Desde a chegada do deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) à presidência da Assembleia, o poder vem tentando consolidar a recuperação de sua imagem. Ferraço, que teria uma ligação com o ex-governador, busca fortalecer o plenário.
A retomada de uma ação contra Sérgio Borges parece sintomática para os meios políticos, já que o parlamentar é um dos nomes que pode rivalizar com Ferraço na disputa pela presidência da Assembleia.
Ferraço tenta emplacar uma PEC para garantir a reeleição à Mesa Diretora, o que deve ser discutido apenas depois da eleição. Se a discussão fosse hoje, o demista teria garantido o apoio da maioria do plenário, mas a movimentação depois da eleição pode mudar o comportamento do plenário, diante do desempenho não só dos deputados candidatos, mas também do governador Renato Casagrande na disputa deste ano.
Se o demista não conseguir manter a assinatura dos 22 deputados no requerimento da PEC, Sérgio Borges é um dos nomes mais cotados para suceder Ferraço na presidência da Assembleia. Recentemente, Ferraço tentou uma manobra para fazer a PEC tramitar antes da eleição, protocolando uma cópia do requerimento para forçar o autor da proposta, o deputado José Carlos Elias (PTB), a colocar o projeto para tramitar. Elias, porém, diz que não vai fazer qualquer movimentação antes da eleição de outubro, seguindo a orientação do governador.