Dezembro está chegando e é tempo de rearrumação. Hora de avaliar as decisões tomadas ao longo do ano e traçar objetivos para 2013. Nos partidos políticos a ordem parece ser essa também. Depois da eleição deste ano, as lideranças estão contabilizando lucros e prejuízos, jogando fora os acordos que não foram frutíferos e observando qual o melhor posicionamento para a próxima disputa, que será estadual.
No PMDB, a ordem veio de cima. A Nacional determinou eleição das municipais e no próximo mês acontecerá a discussão estadual. A avaliação para algumas lideranças é de que o ano não foi bom, a escolha de deixar o partido ao sabor dos interesses do ex-governador Paulo Hartung prejudicou o partido, que saiu menor da eleição deste ano.
Mas o partido não é o único em reacomodação. O PT passa por um processo desgastante desde 2011, e agora o prefeito da Capital parece ter começado a entender que a parceria com Hartung não trouxe benefícios e tende a mudar de caminho, adotando uma postura de aproximação com o governador Renato Casagrande.
Enquanto isso, o partido começa a se preparar para seu processo de eleição direta, que será em dezembro do próximo ano. Apesar de não haver uma crise propriamente dita instalada, esse processo deve colocar em lados opostos o prefeito e a deputada federal Iriny Lopes. Os dois grupos devem duelar pelo controle do partido e de quebra tentar encontrar um acordo sobre quem disputará o quê em 2014.
No PR, se acentua o afastamento entre o prefeito Neucimar Fraga e o senador Magno Malta, o que também poderá ter reflexos nos planos do partido para 2014. Esse afastamento é gradual e sem traumas, mas deve se consolidar em 2013. No PSB, a chegada do prefeito de Vila Velha já é aguardada.
O PSDB tem uma situação mais complicada e a hora é a de reavaliar os caminhos. Já decidiu pela oposição na Câmara de Vitória, vai ganhar uma cadeira na Assembleia e deve lutar pela segunda. Enquanto isso, prepara junto com o governo uma tentativa de resgate de duas lideranças que no passado já foram muito fortes no Estado: a deputada Rita Camata e o ex-prefeito de Vila Velha Max Filho.
O PDT cresceu em prefeituras e tem bancadas grandes na Assembleia e na Câmara dos deputados, mas deve também rever seus movimentos. O prefeito da Serra, Sérgio Vidigal, volta ao comando do partido e deve disputar a Câmara. O desafio do partido agora é se consolidar fora de seu reduto.
Quanto ao PSB do governador Renato Casagrande, ganhou muito, mas, à exceção da Serra, não ganhou bem. Tem na reeleição do governador seu maior objetivo para 2014 e deve começar a construir esse caminho já no próximo ano. Em torno dele, devem orbitar os demais partidos que compõem hoje a base.
Se os movimentos dos partidos a partir de agora vão surtir efeito, só 2014 vai responder, mas uma coisa é certa, o êxito nas ações e mexidas de peças deve passar pelo Palácio Anchieta.
Fragmentos:
1 – Na sessão desta quarta-feira (21), o segundo item da pauta era a votação de unidade organizacional no âmbito da Secretaria de Estado de Saneamento, (Sedurb). O objetivo é atender a uma obra que vai conter os estragos da chuva em Viana, Cariacica e Vila Velha.
2 – Ao relatar a matéria, o deputado Marcelo Santos (PMDB) tocou em um assunto que parece proibido para os poderes: a região metropolitana. Ações integradas em assuntos que afetam todos os municípios da Grande Vitória devem ter a ação do governo e a união dos prefeitos.
3 – Interessante é que enquanto defendia a região metropolitana, o deputado chamou a atenção do deputado Rodney Miranda (DEM), que não parecia muito interessado no assunto, mesmo sendo prefeito eleito de Vila Velha, um dos municípios que será beneficiado com a obra.