O grupão de deputados que discute a eleição da Presidência da Assembleia Legislativa e rejeita a quarta reeleição de Theodorico Ferraço (DEM) já mandou um recado ao governador Paulo Hartung (PMDB) de que a Casa não quer ingerência na escolha da nova Mesa Diretora. A movimentação não é uma declaração de guerra ao Executivo, mas uma firme determinação de ter independência na eleição interna.
Deputados que fazem parte do grupo entendem que a escolha deve seguir o alinhamento dos Poderes no Estado e garantir austeridade no momento de crise, mas os nomes devem partir da discussão do próprio plenário, sem a imposição do Executivo. A ideia é dar legitimidade ao processo como um movimento da Casa e não uma imposição palaciana.
O grupo começou com nove deputados e hoje já conta com mais da metade do plenário da Assembleia, o que tem dividido a Casa. A expectativa é de que durante o recesso parlamentar, as conversas se intensifiquem até afunilarem para um nome de consenso.
Mas o grupo não tem pressa em escolher um nome que possa representá-lo na disputa. A expectativa é de que essa candidatura só seja definida no final de janeiro. Entre os parlamentares, nenhum faz qualquer movimento no sentido de antecipar essa decisão. O momento agora é de desestimular os nomes que estão sendo colocados no plenário.
A candidatura de Theodorico Ferraço é a primeira a ser desconstruída. Os deputados não querem a continuação da dinastia por causa do perfil do deputado. Ferraço é tido no plenário como uma liderança que defende seus interesses e de seu grupo político, deixando os demais parlamentares desprotegidos.
Diante da possibilidade, cada dia mais real, de Ferraço não ser reeleito, outros nomes começaram a se movimentar no plenário em busca de preencher a vaga. O problema das demais candidaturas é que todas têm uma ligação muito forte com o Palácio Anchieta, o que não interessa para o grupo que tenta desvincular a imagem da eleição com a influência palaciana.
O líder do governo, Gildevan Fernades (PMDB), tem conversado com os deputados em nome dele ou do presidente da Comissão de Finanças, Dary Pagung (PRP). Rodrigo Coelho (PDT) chegou à Assembleia com o rotulo de candidato a presidente, mas também não atrai o interesse do grupo.
